quarta-feira, 26 de maio de 2010

VIVER EM SALVADOR/BAHIA


Nascer nessa cidade no mínimo dizem os poetas da terra que é "estrear"; mas eles próprios tão logo fazem a tal estréia procuram por outros palcos.
Por quê?
A cidade a cada dia que se passa apresenta claramente que já não somos um povo pacato e hospitaleiro. A violência, o desrespeito, a desumanidade e todo os tipos de falcatruas fazem parte do cotidiano das nossas vidas. Estamos num campo de guerra onde é um tal de salve-se quem puder até o famoso carnaval baiano chegar, e os "famosos" aparecerem prá curtirem em seus camarotes ou do alto dos trios elétricos, sem tentarem sequer se dá conta do desespero dos que ainda teimam em ser POVO, e tentam acreditar que estão se divertindo. 
Em verdade, a máquina esmagadora de uma empresa chamada carnaval abriga aos que têm condições financeiras de desembolsar uma bela quantia para que possam se espremer em meio aos blocos, e ainda assim, após o chamado desfile, se expor diante da malandragem que se aglomera a cada esquina.
Os festejos juninos tão aclamados no nordeste, hoje também fazem  parte do arraiá financeiro (é festa de camisa prá tudo quanto é lado, é confusão em todos os cantos).
 E, como se não bastasse vivenciamos no dia a dia a total falta de segurança.
Não temos em verdade família, fé, líderes, segurança, nada que possa conter a um povo que se joga prá todos os lados em busca inconsciente da bóia de salvação.
Encontramos sim! o desespero de pessoas que há anos se instalaram na orla de Salvador e fizeram das barracas (HORRÍVEIS E SEM ESTRUTURA) - o seu sustento e de tantas outras famílias; todavia, como se o problema fosse ser resolvido como por passe de mágica, se viram jogados ao relento, sem eira nem beira. Será que as autoridades responsáveis não enxergavam que em cidades do nordeste como Fortaleza, Aracaju, Maceió a orla é digna de ser frequentada? Será que acordaram de um pesadelo e também não notaram que o problema era maior do que o visualizado? E esse povo que foi jogado ao desemprego?
Sim, são pessoas com pouca escolaridade e sem recursos - o que em nossa terra é indecifrável pois se o currículo apresentado é recheado de graduações, especializações, mestrado / doutorado é também problema porque poucas são as Empresas que aceitam a esse tipo de empregado. A alegação é de que se o cidadão possui tantos estudos que eles não podem pagar ou não estão com um quadro de funcionários da mesma estirpe. Ainda sugerem mandar o currículo para empresas do sul do País. kkkkk PIADA! 
Se é uma pessoa na fase de maturidade é velho e não dá, se é jovem, não tem experiência. Com todo respeito,  a situação começa a se definir quando sobe no palco um cara sarado e mulheres semi nuas com danças onde a sexualidade é  exposta na tentativa de atrair um público incapaz de pensar, e refletir que o tal exibicionismo é uma forma de demonstração que o caldeirão ferve e dele serão jogados os restos mortais de um povo que outrora era conhecido como : BAIANO BURRO NASCE MORTO.
Agora em Salvador estamos na ponta da agulha, reféns do medo. Medo de até ir cuidar da saúde, a qual é mais do que precária em nosso Estado - tanto que os noticiários já nem sabem o que escolher para estampar,  uma vez que nascer é morrer. Não entende ?
Pois é. Ao se dirigir a uma maternidade onde teria o seu filho, uma mulher é colocada na cama hospitalar, e essa que não tem segurança espatifa-se ao chão sob alegação dos "médicos" de que a paciente era pesada. Mas não para por aí, o parto ? PARTO ? é feito no chão e a criança morre com traumatismo craniano : ESTREOU! sim certamente na glória do Senhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Zerei o cronômetro, mas guardei na memória as experiências.

E Zerei ao meu cronômetro, e pensei: vou reiniciar a minha vida ao desembarcar num inverno rigoroso. Sou bicho do sol da praia, do sorr...