sábado, 30 de agosto de 2014

Lembranças



Guardei a tua lembrança
Em caixinhas de papel
Lembrei ainda criança
O gostoso sabor do mel.
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Foi ai que pensei na lembrança
Que apenas ficou em papel
Recordei não mais da infância
E senti o gosto do fel.
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Revivi cada instante
Determinei o meu pensar
Senti o que era marcante
E o que foi desencantar.
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Tentei desfazer a imagem
Tão real em meu jardim
Vi que era bobagem
Frutos não são flores, para mim.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

MERDA!!!!!



Por que precisamos envelhecer? Por que precisamos lembrar do passado como se a distância fosse por demais longínqua? Por que precisamos compreender que os conhecidos não são os amigos a quem tanto admirávamos? Por que temos que descobrir que o universo é tão grande e estamos tão sós? Por quê!?
O tempo revela a cada um de nós uma inútil sabedoria, capaz de destruir sonhos e ilusões que traçamos como objetivos em nossa existência. Ficamos à mercê do destino e, por mais que busquemos desviar das armadilhas, elas sugam as nossas energias como se determinassem que somos pó e ao pó retornaremos.
Enquanto criança os nãos surgem e invadem a nossa mente com a rapidez que não sabemos conter; e a adolescência – período em que tão jovens e cheios de ânimo poderíamos desfrutar felizes do viver -  somos arrebatados para decidir o que sequer sabemos, como e para onde seguir. Assim, alguns são revelados e se revelam na incessante ideia de que a vida absorverá tudo o quanto desejar. Ledo, triste engano!
Vamos sendo engolidos e devorados brutalmente por nossos semelhantes, numa luta desesperada e disputada por algo que em nada nos conduzira a uma meta que possa traduzir em dignidade. Tentamos nos esconder na vaidade inescrupulosa, cada vez que oferecemos aos nossos olhos o que o espelho da alma não reflete; nos enfeitiçamos com o amanhecer, e o entardecer quer sepultar de maneira sórdida, tudo o quanto gostaríamos de esconder ou fugir.
E, meio a tantas dores e arrabaldes, somos captados por uma pseudo alegria, momentânea, doentia e frágil, onde as lágrimas dão lugar ao sorriso triste e melancólico, quase doentio.
É preciso ser forte, é necessário combater a solidão em meio a tantos seres ao nosso redor. É preciso sorrir, ou até gargalhar para que possamos abafar o grito e a dor. Nada nos resta a não ser acreditar no inimaginável, no desconhecido, no escuro temido e não desvendado, na morte como esperança de que ainda haverá um lugar onde possamos cantar e poder acreditar: o que ficou não retorna, o que vem talvez possa retornar, o que passou esvaiu-se, e, se deixou lembranças que sejam recordações que não mais devem retornar.

domingo, 10 de agosto de 2014

Oi Pai, a sua benção e o meu carinho



O mar foi para o meu pai e é para mim um grande fascínio, e o azul do universo sempre nos trouxe o fascínio do mistério. E, nesse mistério, nesse local desconhecido e tão imaginável ele deve estar.
Da Marinha de Guerra do Brasil foi ex combatente e o herói de muitas vidas; todavia para filhos, netos e muitos amigos sempre será um ídolo. Tenho nele o espelho para a minha vida, pois aprendi que somos nós os verdadeiros autores da nossa história, escrevemos aquilo que desejamos de alguma forma no registro da nossa existência.
Declarar que para sempre o amarei torna-se uma redundância, pois em cada amanhecer oro para que ainda tenha mais uma vez o direito de abraça-lo, e confidenciar tantas histórias que ficam em minhas lembranças, e dizer:
- Pai a sua ausência diante dos olhos é a presença em nossas memórias, é a verdadeira história de família. Te amo!

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Descrédito



Queria ser a sua mulher
Nem demais e nem de menos,
Nem tão longe e nem tão perto.
Mas, na medida mais precisa que eu puder.
Lhe amar como ao próximo, sem medida...
E ficar sempre em sua vida
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem perder a liberdade,
Sem jamais lhe sufocar,
Sem forçar, sem falsidades
Sem falar, quando for a hora de calar.
E sem calar quando a hora é de falar.
Nem ausente e sim presente - por demais...
E calmamente, vivermos a paz.
É bonito ser amiga, e explico:
- É tão difícil aprender...
Por isso, não tenho,
Não vivo na demência, na paciência
Nem vou crer no desacreditar.
Resta – me apenas as lembranças...
Do tempo em que eu criança
Onde guardava a esperança
Do príncipe encantado chegar.

Zerei o cronômetro, mas guardei na memória as experiências.

E Zerei ao meu cronômetro, e pensei: vou reiniciar a minha vida ao desembarcar num inverno rigoroso. Sou bicho do sol da praia, do sorr...