segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Nós Sabemos o que Sentimos



O seu olhar é o que me basta
Para que sinta as suas mãos viris
A percorrer caminhos tão íntimos,
Sem pressa, mas tão febris.
E como não soubessem
Caminham a meio passo
Lentamente, a me fazer sonhar
Posso sentir o seu pensamento
O contato com o discernimento,
Enquanto afinados,
Perdem a dimensão do ar.
Bárbaros, ávidos, indóceis,
Em busca da ganância indiscreta,
Faminta, e até despudorada.
Nossas bocas sei devoram 
Num suplício frenético
E não podemos pôr fim.
Sussurramos sem escrúpulos,
Sons confusos e destemidos
Mas sabemos o que sentimos
Desejamos e pedimos
E rogamos em desatinos.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

TRAJETÓRIA


Brincando do amor-menina
Brinquei de amar você.
Gostei da minha sina
Amei lhe conhecer.

Fiz da graça a minha raça
Do viver o bem querer
Da saga a ameaça
Do ter, querer e não poder.

Caminhei por entre raios...
Marés, muros e jardins
Mas foi no mês de maio
Que tu me disseste o sim.

Pensei que comprometida estava
Que enfim te conquistei
Descobri e lamentava
Ter errado no que me dei.

Chegou então o inverno,
A primavera, o outono e o verão
Percebi que era menina
E não mais estava em suas mãos.



domingo, 14 de agosto de 2011

Meu Pai



Quem dera pudesse pensar que datas comemorativas são mero prazer da mídia ao elaborar propagandas que detonam ás nossas mentes através do marketing apelativo.
Seja natal ou ano bom, seja dia dos pais ou datas em que o emocional é invadido por dores da alma, me sinto abalada e, até me deixo “sacudir” por lágrimas.
Mas, e quando o assunto é pai... Aí o bicho pega mesmo. O meu velho já embarcou prá outra estação, onde todos adquirimos o bilhete e fazemos o check-in logo na chegada; se a passagem terá maior validade não sabemos e não importa; O que resta mesmo é segurar às nossas bagagens e enfrentarmos o peso que ela nos oferecerá com brilho nos lábios, e com perseverança. Claro que gostaríamos que o fardo fosse leve, porém se quisermos nos sentir confortado, basta olhar o que o nosso vizinho carrega, e agradecermos pelo o que possuímos.
Somos impelidos ao questionamento e as lamúrias, e assim perdemos um valioso tempo, trôpegos pelos anseios e dores da alma. Desaprendemos a o que aprendemos e, buscamos o conforto nas palavras para saciar a nossa sede. Somos eternos insatisfeitos.
E se o assunto é pai, vale ressaltar como desejamos que eles fossem mais piedosos diante das nossas teimosias e queixumes, diante dos nossos pedidos e questionamentos, diante das nossas reclamações. Mas, acredito que até os pais se sentem “incomodados” com o desconforto que causamos, e com a ânsia que tem de nos proporcionar o melhor. E o tempo passa, e ambos se descobrem diante do que foi acontecido como se quisesse voltar o tempo. Lastimável ou grandioso o fato é que nada pode retornar: o que vivenciamos sejam fatos bons ou ruins, ficam inertes num passado longínquo, onde as lembranças são insustentavelmente a marca do que passou.
Sou órfã: sinto-me só, sozinha, sem o olhar severo, mas acolhedor do meu pai, sem as suas reclamações, sem as surras que me aplicava como se quisesse demonstrar que ele era o superior – e eu não entendia, que em sua ignorância de homem sofrido, calejado pela vida, foi a maneira que encontrou para me abrigar, me proteger do mundo tão grande que me engole.
As suas palavras riscavam o espaço com a força de um raio, com o estrondo de um trovão numa noite de tempestade. Todavia, tão logo passava, raios cintilantes de aconchego e amor vislumbravam para acolher a minha existência... E hoje? Hoje eu sou só. Mas não tão só porque sou pai e mãe.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

DECLARO-ME VIVA.

  Saboreio cada momento em minha vida
Antigamente me preocupava
Quando os outros falavam mal de mim.
Então, fazia o que os outros queriam
 E a minha consciência me censurava.
Entretanto, apesar do meu esforço
Para ser bem educada,
 Alguém sempre me difamava.
Como agradeço a essas pessoas:
Ensinaram-me que a vida é apenas um cenário.
 Desse momento em diante,
 Atrevo-me a ser como sou.
A árvore anciã me ensinou que somos todos iguais
Sou guerreira:
A minha espada é o amor,
O meu escudo é o humor,
O meu espaço é a coerência,
O meu texto é a liberdade.
Perdoem-me se a minha felicidade é insuportável,
Mas não escolhi o bom senso comum.
Prefiro a imaginação dos índios,
Que tem embutida a inocência.
É possível que tenhamos que ser
 Apenas humanos.
Mas...
 Sem amor nada tem sentido
Sem amor estamos perdidos
Sem amor corremos o risco
De caminharmos contrários a LUZ!
Por esta razão é muito importante
Que apenas o amor impere as nossas ações.
E anseio que descubras
a mensagem por detrás das palavras,
Não sou um sábio.
Sou apenas uma mulher apaixonada pela vida.
A melhor forma de despertar
É deixando de questionar
 Se nossas ações incomodam
Aqueles que dormem ao nosso lado.
A chegada não importa,
 O caminho e a meta são às mesmas coisas.
Não precisamos correr para algum lugar,
 Apenas dar cada passo com plena consciência
Quando somos maiores que aquilo o que fazemos,
 Nada pode nos desequilibrar.
Se permitirmos que as coisas sejam maiores do que nós,
 O nosso desequilíbrio está garantido. 
É possível que sejamos apenas água fluindo;
E o caminho terá que ser feito por nós.
Porém, não permitas que o leito escravize o rio,
Ou então, em vez de um caminho,
Terás um cárcere.
Amo a minha loucura
Vacina-me contra a estupidez.
Amo o amor que me imuniza
Contra a infelicidade que prolifera,
 Infectando almas e atrofiando corações
As pessoas estão tão acostumadas com a infelicidade,
Que a sensação de felicidade lhes parece estranha.
As pessoas estão tão reprimidas,
Que a ternura espontânea as incomoda,
 E o amor lhes inspira desconfiança.
A vida é um cântico à beleza,
Uma chamada à transparência.
Peço-lhes perdão, mas...
Declaro-me VIVA!!!
E que Deus nos faça ver a luz
Ao anoitecer e a grandeza da manhã.
            

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Eu sou um beija flor


Livre como o beija-flor me encanto com o meu ninho, e tenho asas para voar...Mas não sou um passarinho. Vivo e tento me adaptar aos mais variados lugares e ecossistema.
Bem sei que ao longo dos tempos, várias hipóteses foram elaboradas na tentativa de responder como os planetas apareceram - como a hipótese da geração espontânea, a hipótese extraterrestre entre outras. Porém, e eu?
Olhando um jardim florido (as pessoas), durante as estações que se sucedem (a vida), aparentemente não há atividade (tudo transcorreria em paz), todavia como beija-flor (observadora), também me sinto responsável pela polinização de algumas flores (aqueles a quem sinto que posso colaborar), bem como pequenos morcegos (os que me circundam em busca de extrair da minha alma a essência).
Alguma delas, como a família, tem um perfume forte (nem sempre estão mais próximas apenas por laços afetivos), e buscam desagregar, atraídas por sua pérfida imagem ao espelho interior.
Pois é! A natureza é sempre surpreendente e podemos encontrar “os ladrões de néctar”(o amor, a sensibilidade), como formigas que entram e saem da flor (do nosso convívio) sem realizar a polinização (o bem, a harmonia). Alguns são capazes de machucar tão forte que causa a dor, seja com atos ou palavras. Todavia, a vida se renova, e somos surpreendidos pela esperança ao amanhecer, facilitando voar ao vento, e levar ao longe a palavra renovação.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

ESTAMOS às ESCURAS: Vamos salvar os nossos jovens e a nossa Salvador



Por onde andam os nossos verdadeiros adolescentes?
Convivemos em Salvador com as mais variadas “tribos”, porém a triste realidade é a de que os nossos adolescentes se infiltraram no que outrora chamaríamos de submundo, e afrontam a tudo e a todos, não mais como os antigos “aborrecentes”, e sim como pessoas capazes de todos os tipos de leviandade. E onde erramos, nós, adultos?
Creio que a permissividade, a falta de autoridade, os momentos em que os castigos se fazem necessário, nas falas usadas para com os mesmos, e uma quantidade absurda de fatores que pluralizam a tal contexto.
Em verdade, não é o clima de verão que norteia em todas as estações que “esquentam” à libido, nem a famosa comida apimentada. É preciso sim, que valores familiares, ético, sociais e religiosos sejam reacendidos e preservados. Por toda e qualquer esfera da sociedade é preciso aparecer aquele que conduzira ao grupo, e isso ocorre desde a pré-história, e até mesmo entre os irracionais. Todavia, se o “chefe”, o “condutor” não tiver as rédeas, o controle, de nada adiantara.
Invadiram os nossos ouvidos com letras pornográficas e danças erotizadas que caberiam muito bem em um prostíbulo, as músicas tem a batida forte, o som contagiante, mas o que é loucamente despejado é algo demasiadamente podre. Daí, o que se observa é desde a mais tenra infância, atos insanos sendo batizados com os nomes mais variados possíveis. E, quando o carnaval se aproximava – e não faz muito tempo – já começávamos a imaginar o que estava por vir, mas agora, em todo o ano a cidade é contagiada por uma sodomia exaustiva, que numa total falta de controle, debocha da nossa verdadeira cultura.
E os nossos jovens? Esses, homens e mulheres, se despem de corpo e alma e seguem ao encontro da permissividade, da promiscuidade, das drogas, e tudo o mais que possa denegrir.
Nas escolas em sua maioria, os professores se sentem reféns dos fones de ouvido, os quais dominam as classes afrontando a quem quer que seja, e quando solicitado que o mesmo seja desligado, as afrontas vão desde a ofensa verbal a espancamento a aqueles que, em alguma era, foi visto em nossa Bahia, como mestres. E como esquecer nomes que encenaram a cultura desse País? O que fazer para “limpar” da nossa terra tais vândalos?
Creio que seja simples, porém exaustivo, uma vez que tal praga se espalhou provocando histeria quase que coletiva. Vamos unir famílias, professores, religiosos, e todos os que acreditem que são contemplados com a essência da vida, com a decência, com a moral, e juntos, reavaliarmos as nossas fraquezas, relembrando que os nossos antepassados lutaram para nos propiciar uma vida mais justa e digna, uma pátria mais sólida e gentil, um povo heróico e guerreiro. Não podemos esperar que em todos os verãos sejamos invadidos por outros povos que vêm a Salvador ver e se horrorizar com um carnaval de violência, onde as ruas são pavimentadas por dejetos humanos, as nossas praças se tornam motéis a céu aberto, os jovens são negociados pela prostituição, nos camarotes enjaulam-se pessoas, que a preços exorbitantes, são escoltados ate o local para que tenham “segurança” de observar nas ruas cenas que maquiavelicamente denigrem a nossa velha capital. E as drogas – Oh! Céus - se propagam em cada esquina e bloco levando consigo dependentes de uma falsa alegria, onde os sonhos se tornam pesadelos e já não mais da para caminhar contra o vento, sem lenço e sem documento, nada no bolso ou nas mãos.  

Zerei o cronômetro, mas guardei na memória as experiências.

E Zerei ao meu cronômetro, e pensei: vou reiniciar a minha vida ao desembarcar num inverno rigoroso. Sou bicho do sol da praia, do sorr...