terça-feira, 28 de agosto de 2012

Flores de Melancolia



Este Anjo que me guia 
Desde a mais tenra idade, 
Entre as flores da melancolia 
Desfolha a minha mocidade.

Este que me acompanha e me vigia, 
Sorrindo um sorriso de bondade, 
E, na dor é pão de cada dia, 
Me sustenta contra a iniquidade. 

Bendito seja, enquanto eu viva 
A debater-me em trevas infantis 
Como ansiosa patativa
A debater-se em jardins.

E sobre o meu túmulo, tristonha
Distenda as asas misericordiosas, 
Velando por quem sonha
Até o chegar da aurora.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Não é sonho.



Avisto uma luz vermelha
Bem longe...
Ela pisca como sirene
Em emergência
Mas não emite som.
Abro os olhos lentamente
- Que estranho.
Vejo que estou bem alto
Sinto-me voar.
Não controlo. É incrível.
É muito lindo.
Aprecio e desfruto.
De repente imagens,
Fico tonta, esta turvo.
- Não quero ir desse mundo.
- O que acontece?
Eis que poderei voltar,
Um dia ...Quem sabe!
.........................................
Agora vejo a minha casa
Do nada tudo retorna
Todavia não é um sonho.

sábado, 18 de agosto de 2012

97 anos: SABEDORIA e DOR.





Nem imagino e nem tenho sabedoria o bastante para sequer compreender, o que é vivenciar quase um século, diante de uma humanidade a cada dia mais distante do verdadeiro ser.
Creio mesmo que ultrapassar a barreira do som, transpor aos mistérios do universo, e tantas outras fronteiras ditas como intransponíveis é muito menos do que ter nascido no início do século XX, e vivenciar lucidamente as loucuras do século XXI.
Sim, ver, sentir, ouvir e compreender e nada poder mudar ou ao menos tentar readaptar é uma das tarefas mais difíceis para quem observa com o olhar de lince, e perspicácia de uma águia, aos encantos e desencantos das épocas.
Imaginar-se no planeta dito como o seu, e não ter diante de si mais nada do que viu desfilar da sua aguçada retina: pais, parentes e amigos que há muito seguirão em direção ao universo contemplado, costumes, hábitos, músicas, e a tão temida tecnologia avançada com efeitos em 3D, tornam-se quase que conto de fadas, ou histórias que desabrocharam de um livro cujas páginas são escritas com a verdadeira narrativa da vida.
E a velhice tão cantada em versos, apenas desafia a linha melódica, pois a rima é triste e dolorida como tudo o que é oferecido aos nossos idosos. E, falar desse assunto é bastante triste e doloroso, uma vez que para reagir contra o estigma e à discriminação dos idosos, por exemplo, se faz necessária uma abordagem em diversos aspectos.
As correrias do dia a dia, as mudanças constantes de paradigma conduziram o homem a agir irracionalmente, e esquecer-se dos valores ancestrais. Num contexto onde tudo se dissolve, tudo se apaga, são deletados todas as situações que não oferecem algo em troca, que possa garantir o “lucro”... E o idoso-para esse mundo irracional – é prejuízo!
 E anestesiados pela dor da solidão, do abandono, os nossos velhinhos aguardam o dia da partida cultivando as suas frustrações, as suas dores, as suas lágrimas contidas nesse recorte de tempo em que ciclos abrem e se fecham, todavia não conseguem trancar ao coração que pulsa na esperança de um simples aperto de mão.

domingo, 12 de agosto de 2012

12/08/2012: Dia dos Pais.






Neste mundo de tantas dificuldades, encontrar pessoas dignas de respeito é algo quase impossível. Mas essa luz brilhou em meu caminho. Eu que ainda busco exemplos encontrei você.
Descobri também que ser pai ou mãe, não é simplesmente fecundar alguém, mas principalmente participar da vida de quem se ama. Por isso, vejo esse exemplo em meu pai, a quem amei em vida e a quem amo tanto.
 Neste dia, onde os filhos buscam palavras para expressar o seu amor e gratidão aos pais, eu busco dizer que feliz daquele que passou pela vida e não deixou apenas a lembrança, mas se fez e faz querido por várias gerações, pelas marcas e sinalizações que, em sua sabedoria magistral, nos deixou o legado moral e insubstituível da sua grandeza.
Ele é o homem que diariamente me inspira a ser um ser humano melhor e mais generoso. Através dos seus exemplos tenho entendido que vale a pena ser uma pessoa honesta, e que a dignidade é um dom, uma dádiva concedida àqueles que a buscam. Ele é a fonte de minhas respostas para as grandes dúvidas que eu tinha. A luz para a minha vida, para o meu caminho, pois não é o meu pai tão somente, ou apenas o melhor pai do mundo: é o meu PAI , é aquele que esculpiu em minha vida a felicidade maior de ser eu a sua filha, a sua querida filha.... e ele. Ah! MEU PAI.

Zerei o cronômetro, mas guardei na memória as experiências.

E Zerei ao meu cronômetro, e pensei: vou reiniciar a minha vida ao desembarcar num inverno rigoroso. Sou bicho do sol da praia, do sorr...