sexta-feira, 21 de abril de 2017

Contaminados?



Num mundo em que manter as aparências
Vale mais do ser autêntico
Multidões vão perdendo o seu "eu”
Vão perdendo a capacidade de arriscar,
De pensar,
De analisar.
É mais fácil aceitar uma ideia já pronta
É mais fácil deixar a vida seguir
Difícil é viver tão intensamente
Porém ...
É necessário fazer algumas perguntas
Perder algum tempo refletindo.
Então, vivemos em uma sociedade viciada?
Contaminada em deixar a cura para o próximo?
Superar desafios propostos é vencer “momentos”
É preciso buscar soluções
Combater a disseminação dos discursos de ódio
Necessário se faz amar.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

O passarinho

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Cinza e alaranjado
Pequenino e frágil
Como nunca vi
Muito tempo ali parado
Parecia está machucado
Mas marcas nenhuma eu vi.
Resolvi levar pra casa
Nada de gaiolas ou janelas fechadas
Os pássaros precisam voar
Ele não saia, nem cantava
Parecia se acomodar.
Até que naquela janela
Outro pássaro surgiu
E voando saíram ..
E cantando
Foram rumo ao céu anil.

Os Loucos


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Hoje temos os muito loucos
Não amantes da paz
Nem tampouco sem compromissos.

Mas desprezados pela vida
Sem trabalho e sem amor;

Não são livres nem espontâneos
Nem poeta ou pensador.

Não pautam a vida em compromissos
São fascinados pelo terror.

Sem coragem, sem resistência
Demonstram o medo e o pavor,

Ponto

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Nem todo ponto
É ponto do ônibus
Nem todo ponto
É o ponto do encontro
Nem todo  ponto
É o ponto de tricô
Nem todo  ponto
É o ponto para ver o sol
Nem todo ponto
Marca um parágrafo
Nem todo ponto
Significa o fim da linha
Nem todo ponto
Termina com um ponto
Ponto.

Canção ao pecador

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Teu corpo curva-se ao prazer
Teu leito é o velho pardieiro
Gritas e gemes com ardor
Representas a essência do medo
O gozo falso e a infâmia da carne
É um rio roxo a lacrimejar
Um homem sem pejo e amor lhe paga
E sai para não mais voltar.

Mas, noutro dia qualquer
... Louco e bêbedo
Sepulta sonhos, eterniza ilusões
E morta no vazio das noites nuas
Expões a desgraça da sofreguidão.

Eu sei que choras por um segredo
E tens medo do descortinar
Preferes o sonho acalentado
Tens medo de te revelar

Possuis desejo expostos em teus olhos
E não consegues definir ou demonstrar
Teus lábios insinuam por entre beijos
Palavras sem pronunciar.






Ânsia


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Angústia em meu peito bate
Angústia forte
Climatiza como o som da morte
De uma perda, de uma dor 
Sinaliza, fere e dói no peito
Tão forte quanto seu furor.
Martiriza e enfatiza
Propõe soluços e amargor
Atravessa duramente a minha alma
Espeta, espedaça,
Fere com ardor.
Faz de mim um fariseu
Um clemente, um agourento,
Ou demente.
Faz um ser que anseia por amor.

Por do Sol


O sol se esconde no porto da Barra
Foi tragado pelo imenso do mar
Esmagado pelo azul dos céus
Tornou se rubro pelo calor do ar.

É céu, é água,é mar.
É mar, é céu, é sol.
É sol, é amarelo, é rubro;
É rubro, é laranja, é ouro.

Branco, profundo e calmo
Natureza feita de amor
Não morre, não foge, não apaga
Renasce, revive, é resplendor.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Ser Poeta



Não usarei da hipocrisia
Nenhum momento fui você
Caiba a carapuça
Onde o chapéu encaixar.
Gostaria de lembrar
Lúcifer foi anjo que habitou
A casa do meu Senhor.
Judas foi um dos discípulos
A sentar diante do Pai.
Nem todos ao gritar Senhor!
Tem o Deus no coração.

Salve, salve poeta
Se voltar a escrever
Se quiser poetizar
Assalariada, ou diplomata
Jamais deixarei de ser
Poeta como você.

Meu bebê



Vejo você com olhinhos graúdos
Boca mimosa, sorriso maneiro
Querendo dizer ao amanhecer:
Mãezinha gosto de você.
Então, fico tão solta
Aberta a gargalhadas
Quase que louca
Desafio ao mundo
Destruo aos segundos
Num sonho leve mas profundo
Realizo meus sonhos
Viver você.


SAMPA



Ah São Paulo!
Da varanda lhe vejo triste
Ou quem sabe, muito forte.
Tão abatida quanto a morte.
Tão cinzenta, tão agorenta,
Ah São Paulo!
Quem te aguenta?
Eu não te vejo nojenta
Procuro apenas te ver
E quem sabe te agradecer.
Não entendi, não compreendi
Apenas sei quanto sofri
Os poetas dizem: é a capital
Mas não é a inicial
Tampouco será a final.

Flor em botão

Um dia sonhei
E nesse sonho de criança
Lhe vi menina, mulher
A menina frágil, delicada
Pétala de flor, rosa em botão
A companheira e grande mulher!
Nossas vidas se entrelaçam
Nossos caminhos se erguem
Nosso mundo se une.
Se hoje o sol brilha
Um dia a tempestade chegou
Se algum tempo fraquejei
Você me levantou
Ao Criador agradeço
Pela dádiva que é você
Ao mundo espalharei
A semente que plantei
E quando daqui tiver partido
A certeza eu levarei
Nesse mundo bandido
U raio de luz deixarei.



Dizer o quê?


O dom da vida e a leveza dos pássaros
Viver e flutuar na arte do amar
Sonho e pensamento são tão claros
Amores perdidos hão de encontrar.
Uma viola e um cantinho
Lua cheia e estrelar
Doces afagos e carinho
A certeza do verbo amar.
A ausência tão presente
A menina e o olhar
Tão frágil mas resistente
Determinada persiste em voar.
Açúcar, sal, feijão, café
Cravo, canela, camarão
Todo dia a mesma história
Envolvidos em exclamação.

Monotonia




Sinto saudades de ti
Quando durmo e acordo
Se chorar ou se sorrir
Ao ouvir o canto dos pássaros
No bailar da primavera
Diante do romper da aurora
Ou se já é dia de verão.
Amando a beleza da terra
Esquecendo tão forte ingratidão
Ganhando da poesia eterna
Cantando a nova canção.
E ao anoitecer pálidos fantasmas
Maltratam e ferem por emoção
Figuras pálidas, descontentes
No quadro da ingratidão.

Solidão, mas é domingo



Ouço Roberto: é domingo
Estou só: é domingo.
A canção tem amor: é domingo.
A solidão dói: é domingo.
Choro aos gritos: é domingo.
A dor é contida: é domingo.
Recordações da infância: é domingo.
Tão só... tão só ... tão só: porque é domingo.

Primavera nos Dentes





Ter consciência para ter coragem
Ter forças para saber existir
Ter o centro da própria engrenagem
Ter o invento da mola para resistir.

Se não vacila mesmo que derrotado
Perdido nunca desesperançou
Envolto na tempestade e decepado
Os dentes seguram a primavera em flor.

Você somente meu
Eu somente sua
Seus desejos todos meus
O que importa é ser sua.
Prá você eu sou eu
Pra mim você é doçura.

Zerei o cronômetro, mas guardei na memória as experiências.

E Zerei ao meu cronômetro, e pensei: vou reiniciar a minha vida ao desembarcar num inverno rigoroso. Sou bicho do sol da praia, do sorr...