terça-feira, 31 de dezembro de 2013

2014





Como pensar que o tempo para,
E no outro dia, tudo se renova.
Por que pensar em ano, e não nos meses, nos dias...
Para que ter uma tola esperança de que tudo se renova?
É a chegada do ano novo.
Os anos que ficarão parecem se perder.
Nas lembranças.
Tudo é renovação.
Outros números nos abalam,
E nos fazem acreditar em mudanças.
Em sonhos que vão se realizar.
Em doenças que vão curar.
Em amores a se renovar.
Em pessoas, em pessoas?
Em todas as nuances da vida,
Em alegrias reprimidas,
Na família bem unida,
Na vida apenas vida.
E lhe desejo na troca dos números
A troca dos seus anseios
A vida sem ter o medo,
O silêncio sem ter receios,
A alegria da emoção vivida.


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

EDUCAÇÃO NÃO É BRINCADEIRA




Após anos e anos de exercício do magistério – trabalhando exclusivamente com adolescentes – já vivi muita coisa. No entanto, não há como negar que se existe algo mais vergonhoso do que aluno indisciplinado, pais desatenciosos e outra qualquer situação similar, são professores no século XXI que se vangloriam de encontrar a sala para a recuperação da sua matéria cheinha.

- Ah viram que comigo não é fácil! Diz ele.

E eu direi:

- Calma professor, a incompetência é sua. É constrangedor e até vergonhoso.

A questão é que esses momentos “surpreendentes” geralmente acontecem nos finais de ano, deixando familiares e adolescentes apreensivos.
Estamos vivenciando um dos momentos mais críticos da história das gerações, pois não temos líderes ou ídolos verdadeiros. Caricaturamos de maneira vergonhosa, e por vezes até drásticas, a momentos de um passado – não tão distante – onde valores ainda se faziam compreender e reverenciar.
Espera-se que em sala de aula ainda se encontre  modelos a serem seguidos, e não “tirania vergonhosa”, ou – quem sabe - respaldada em dores que ficaram nesses imaginários profissionais da educação, por não terem conseguido abraçar após tentativas frustradas no vestibular, a profissão desejada.
Educar não é brincadeira! O mestre é aquele que aprende e transmite, aconselha e ouve ao ser aconselhado, abraça e se sente aconchegado por muitos braços e abraços.
É necessário que a escola não seja apenas uma EMPRESA, mas uma extensão de laços fraternais, mesmo sabendo que o mundo e nele todos estamos inseridos, necessita do vil metal para sobreviver. Se nos envolvemos com vidas que despertam para despertarem outras vidas temos compromisso. E, quando acontece, é simplesmente maravilhoso pois, sentimos a alma fluir num universo de cores que somente quando se é verdadeiramente PROFISSIONAL como EDUCADOR se é capaz de desfrutar.


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Minha esperança



Nossa correria diária não nos deixa parar para perceber se o que temos já não é o suficiente para nossa vida. Nos preocupamos muito em TER: ter isso, ter aquilo, comprar isso, comprar aquilo.
Os anos vão passando, quando nos damos conta, esquecemos do mais importante que é VIVER e SER FELIZ
Muitas vezes para ser feliz não é preciso ter, o mais importante na vida é ser. É necessário parar de correr atrás do Ter e começar a correr atrás do ser: ser amigo, ser amado, ser gente.
Tenho certeza de que, quando somos, ficamos muito mais felizes do que quando temos. O ser leva uma vida para se conseguir e o ter muitas vezes conseguimos logo. O ser não se acaba nem se perde com o tempo, mas o ter pode terminar logo. O ser é eterno, o ter é passageiro. Mesmo que dure por muito tempo, pode não trazer a felicidade... E é aí que vem o vazio na vida das pessoas...  Por isso, tente sempre ser e não ter. Assim você sentirá uma felicidade sem preço!
Espero que eu, você, nós, todos nós deixemos de cobrar o que foi feito e o que não foi realizado nos últimos anos, e que possamos tentar o mais importante: ser feliz. FELIZ NATAL!




segunda-feira, 18 de novembro de 2013

E é o tempo




Batidas na porta da frente

É o tempo

Eu bebo um pouquinho

Pra ter argumento

Mas fico sem jeito

Calado, ele ri

Ele zomba

Do quanto eu chorei

Porque sabe passar

E eu não sei

Num dia azul de verão

Sinto o vento

Há folhas no meu coração

É o tempo

Recordo um amor que perdi

Ele ri

Diz que somos iguais

Se eu notei

Pois não sabe ficar

E eu também não sei

E gira em volta de mim

Sussurra que apaga os caminhos

Que amores terminam no escuro

Sozinhos

Respondo que ele aprisiona

Eu liberto

Que ele adormece as paixões

Eu desperto

E o tempo se rói

Com inveja de mim

Me vigia querendo aprender

Como eu morro de amor

Pra tentar reviver

No fundo é uma eterna criança

Que não soube amadurecer

Eu posso, ele não vai poder

Me esquecer

Respondo que ele aprisiona

Eu liberto

Que ele adormece as paixões

Eu desperto

E o tempo se rói

Com inveja de mim

Me vigia querendo aprender

Como eu morro de amor

Pra tentar reviver

No fundo é uma eterna criança

Que não soube amadurecer

Eu posso, e ele não vai poder

Me esquecer

No fundo é uma eterna criança

Que não soube amadurecer

Eu posso, ele não vai poder

Me esquecer

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Não estou a venda




Estou muito feliz, bem comigo mesma. Livrei-me de tudo o que me incomodava, aprendi a dizer não quando necessário, amadureci e enxerguei quem são as pessoas e quem é quem.
Aprendi que devemos expressar os nossos sentimentos, mesmo que não agrade a alguém, aprendi que dignamente posso trabalhar, e não precisarei bajular aos enganadores. Alguns haverão de me compreender, mas só compreenderei aos que valem a pena; afinal não vou me importar com a maldade de quem nada sabe.
Pensei que se pudesse até voltaria no tempo para consertar a alguns fatos e feitos; mas logo repensei. De que adiantaria? Não posso mudar ao mundo, e pior, mudar ou tentar fazer entender a quem já se determinou a prejudicar aos outros.
Descobri – e ainda em tempo – que o dinheiro é capaz de tudo quando em mãos inescrupulosas, principalmente se a pessoa recebe a quantia e não trabalhou para ter: é triste!
E como é difícil observar que até aqueles que não queremos crer são capazes de vender a alma ou mudar a opinião se tiver que se agarrar na corda que julga mais forte. Chega a ser irônico.
É, sim é verdade que existem os que manipulam como se tocassem em cordas de marionetes, e decidissem tudo o que os demais devem fazer para obedecer, e ainda acreditem que tem opinião própria.
Agradeço a Deus por ser quem eu sou, porque não me falta a dignidade e o caráter. Não tenho preço, não estou a venda, eu sou muito mais eu.

domingo, 27 de outubro de 2013

Álcool e dreção: combinação fatal



Promulgada em 2008, a lei seca tem como objetivo reduzir os acidentes provocados por motoristas embriagados, endurecendo as punições contra quem bebe antes de dirigir. Assim, um condutor abordado pela polícia passou a ser considerado legalmente bêbado através de um exame, de sangue ou de bafômetro, se é constatada uma concentração mínima de 0,10 gramas de álcool por litro em seu sangue.
Em dezembro de 2012, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que torna mais rígidas as punições para motoristas flagrados dirigindo alcoolizados. Além do bafômetro e do exame de sangue, outros meios — como teste clínico, depoimento policial, testemunho, fotos e vídeos — passaram a valer como prova. A multa para quem for pego dirigindo bêbado é de 1.915,40 reais. E pode chegar a 3.830,60 reais se o indivíduo reincidir na infração no prazo de um ano.
O endurecimento da aplicação da lei seca também passou por mudanças em janeiro de 2013, quando o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou uma medida que acabava com a margem de tolerância da quantidade de álcool por litro de sangue. Ou seja, o condutor pode ser autuado se for constatada qualquer concentração alcoólica no sangue. Porém, mesmo com a lei, o volume de acidentes de trânsito decorrentes do consumo de álcool ainda é preocupante.
É importante saber que desde 2008, quando a lei seca foi promulgada, não houve alteração significativa na quantidade de acidentes com motoristas embriagados. Segundo o Ministério da Saúde, em 2010, mais de 42.000 pessoas morreram em acidentes. Isso tem também um custo alto para o país. Em 2011, 200 milhões de reais foram gastos no Sistema Único de Saúde (SUS) com vítimas da violência no trânsito, valor que não considera os custos com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (Samu), as Unidades de Pronto Socorro e Pronto Atendimento e o processo de reabilitação do paciente, entre outros.

sábado, 26 de outubro de 2013

Centenário do poetinha

A poesia de Vinicius representa as raízes da bossa nova, o movimento musical que efervesceu no Rio de Janeiro, no final dos anos 1950, e se destacou pela mistura de jazz com samba. O poetinha – como ficou conhecido - ainda contribuiu para o desenrolar da MPB, que teve início a partir de 1966, sendo considerada como uma segunda geração da bossa nova.
Vinícius de Moraes trabalhou como diplomata, escritor e jornalista, mas seu grande reconhecimento veio de sua criação artística como poeta e compositor. Escreveu muitos sonetos e era conhecido por sua boemia, seus galanteios e por gostar muito de uísque.
Começou a mostrar vocação artística desde pequeno, ao escrever poesias e cantar no coral do colégio onde estudava. Tom Jobim. Francis Hime, Baden Powell, Toquinho e tantos outros formaram magistral parceria com Vinicius.
Na noite de 9 de julho de 1980 morreu aos 66 anos em sua casa na Gávea.

A redução da maioridade penal no Brasil



Atualmente no Brasil, diante da insegurança e impunidade, como pode ser constantemente denunciado pela mídia, há uma demanda social crescente por um sistema penal mais rigoroso e com punições mais severas. Sob esse pretexto e com fundamento nessa perspectiva, diversos representantes manifestam propostas de aumentar o rigor punitivo, sobretudo do sistema carcerário, por meio de medidas como a redução da maioridade penal.
As propostas de diminuição da idade de responsabilidade penal utilizam como argumento justificativas tais como a necessidade de medidas ressocializadoras, e do aumento da repressividade diante da percepção de impunidade das infrações cometidas pelo jovem, a capacidade de discernimento desse, ou ainda a possibilidade de eleger os representantes políticos através do exercício do voto.
Outros, se insurgem contra esses posicionamentos, deslegitimando tais argumentos sob diferentes aspectos. Primeiramente, porque se pode constatar que a responsabilidade do menor de idade no Brasil existe, e o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente traz medidas ressocializadoras. Quando se trata de menores de 18 anos, é preciso observar o ordenamento jurídico, que os define como inimputáveis.
Ressalta-se ainda que a redução da maioridade penal no Brasil é combatida porque não significa um controle da criminalidade nem tampouco promove uma melhoria das condições sociais ou das funções de caráter intimidativo, recuperativo e reparatório do sistema penal.
Em se tratando de um ser em desenvolvimento e com necessidades específicas à sua formação, devemos fornecer de forma ampla os serviços sociais básicos, ao invés de exercer um controle social mais intenso, uma repressividade maior, ou de ampliar os rigores na aplicação da pena aos jovens.




A qualidade do transporte público no Brasil



O Brasil teve o seu processo de industrialização ocorrendo de forma tardia e em uma velocidade bastante elevada, assim como aconteceu na ampla maioria dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Tal processo motivou o rápido e descontrolado crescimento das cidades através da expansão do êxodo rural, oriundo da mecanização e concentração de terras no meio agrário.
Essa grande massa populacional encontrou no espaço das grandes cidades dificuldades para a sua permanência. Com o valor dos terrenos e imóveis aumentando consideravelmente e sobrevalorizando a todo o momento, as populações menos abastadas tiveram de buscar por moradia em zonas mais afastadas dos grandes centros, além de favelas, invasões e ocupações irregulares de todo o tipo, isso sem falar do contingente populacional em situação de rua.
O transporte público no País estrutura-se, principalmente, pela utilização de ônibus, além de metrôs e trens, em algumas cidades ou regiões. De acordo com a Constituição Federal, o serviço deve ser administrado e mantido pelos municípios, mas os investimentos devem ser realizados também pelos estados e pelo Governo Federal.
De um modo geral, o transporte público no Brasil é considerado ruim e ineficiente, com passagens caras e ônibus frequentemente lotados, veículos em condições ruins, além do grande tempo de espera nos pontos de ônibus e metrô. Mas de onde surgiu esse problema?
É mister compreender que o transporte público não está isolado da lógica urbana, sobretudo das grandes metrópoles, que concentram a maior parte da população do país. Cidades maiores e com uma maior quantidade de zonas segregadas necessitam de um transporte público mais amplo e massificado para evitar a ocorrência de ônibus lotados e insuficientes para atender à população.
Portanto, o transporte público, não deve ser visto tão somente como meios de transporte utilizados, mas de questões referentes à mobilidade urbana e à infraestrutura existente para esse transporte.

Lixo: questão de cidadania e responsabilidade social



O problema relacionado ao lixo a cada dia se torna mais comum dentro da sociedade, devido ao aumento populacional, o consumismo e falta de conscientização da população, que descarta os resíduos de forma inadequada em locais inapropriados.
São feitos investimentos em ações para remoção e descarte adequado do lixo, além de regulamentar normas e leis que proíbem o descarte de resíduos em locais públicos. Os dejetos jogados aleatoriamente, além de poluir visual e fisicamente ao ambiente urbano, acarreta diversos problemas públicos como, alagamentos, aumento significativo de insetos e consequentemente, as doenças.
Ocorrem diversas campanhas para conscientizar a população sobre os problemas relacionados a tal problema, porém não é o suficiente. É necessário que sejam criadas leis que proíbam e punam aos indivíduos que descartem resíduos em locais públicos. Assim, a população deverá mudar aos seus hábitos, contribuindo para uma cidade mais limpa e agradável.
Contudo, não basta apenas a mudança de alguns hábitos. É preciso um aterro sanitário eficiente onde o solo é preparado, em seguida sejam depositados os resíduos, e por último aterrados, para que futuramente naquela local possa ser realizado outra atividade que não necessite perfuração do solo ou construções elevadas, como por exemplo praças e quadras de esportes.
Mas, não é o que acontece na grande maioria das cidades brasileiras, em que o lixo é exposto a céu aberto, atraindo animais, e pessoas de classes econômicas inferiores a se arriscar em meio ao lixo a procura de alimento e sustento, correndo o risco de adquirir acidentes e graves doenças.
Portanto, faz-se necessário maior conscientização acerca do papel do homem na preservação da natureza e na manutenção dos recursos naturais necessários à sobrevivência e às atividades humanas. A educação assume um papel importante no desenvolvimento dos conhecimentos, das habilidades e dos valores relacionados à questão ambiental, de forma a poder ajudar na elevação da qualidade de vida. 

Santa Maria: tragédia anunciada?



O incêndio na boate de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, figura na história recente de calamidades, como enchentes, desastres aéreos e desabamentos, que ganharam notoriedade graças aos meios de comunicação modernos, como a TV e a internet.
Um traço comum em todas essas catástrofes é a tolerância ou conivência das autoridades com pequenos delitos, o chamado “jeitinho” brasileiro. Na boate Kiss, técnicos e peritos identificaram uma série de irregularidades. Um conjunto de normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) norteia a elaboração de leis estaduais e decretos municipais.
Para muitos, contudo, sai mais barato pagar propinas do que atender às normas de prevenção. O incidente na boate Kiss provocou mutirões de fiscalização e denúncias de irregularidades, que levou ao fechamento de centenas de casas noturnas em todo o país.
Entretanto, hoje, no Brasil, não existe uma lei federal que determine medidas de prevenção de incêndios, apenas leis estaduais e decretos municipais. A fiscalização fica a cargo das prefeituras e do Corpo de Bombeiros.
O que todos esperamos é que a Justiça prevaleça e que as dores das famílias das vítimas sejam ao menos minoradas, uma vez que é certo que houve superlotação, falta de fiscalização, estrutura deficiente e uso indevido de pirotecnia.

Pré sal e o meio ambiente



Pré-sal é o nome dado às reservas de hidrocarbonetos em rochas calcárias que se localizam abaixo de camadas de sal. É o óleo (petróleo) descoberto em camadas de 5 a 7 mil metros de profundidade abaixo do nível do mar. É uma camada de aproximadamente 800 quilômetros de extensão por 200 quilômetros de largura, que vai do litoral de Santa Catarina ao litoral do Espírito Santo.
Ela é chamada de Pré-sal, em razão da escala de tempo geológica, ou seja, o tempo de formação do petróleo. A camada de reserva de petróleo do Pré-sal se formou antes (daí o termo “Pré”) da outra rocha de camada salina, e foi encoberta por esta, milhões de anos depois.
A profundidade em que ele se encontra supera mais de 7 mil metros. Este petróleo está debaixo de dois quilômetros de água, mais dois quilômetros de rocha e, por fim, outros dois quilômetros de crosta de sal.
Muitos ambientalistas e pensadores se opõem à forma de pensar do Brasil, quanto ao investimento na exploração do Petróleo, pois acreditam que isto pode tornar o Brasil um vilão do aquecimento global.
Todavia vários fatores devem ser levados em consideração, pois os benefícios e comodidades conseguidos por meio deste óleo tão precioso, podem em um futuro bem próximo significar justamente o contrário.

domingo, 20 de outubro de 2013

A Hipocrisia Humana





Fico impressionada com o alcance da hipocrisia humana quando dou uma parada e olho o mundo ao redor. Chega a ser asqueroso o modo como as pessoas reagem diante de determinados fatos.
Percebo nessa sociedade doente, fraca e hipócrita como não tem moral para falar de dignidade, ou da ética, porque ela é antiética em sua essência. Ela despreza a liberdade, repudia a igualdade, se diz que defende aos valores, isso é tática de demagogia.
Mas, se reportarmos aos tempos passados, perceberemos que o ser humano tornou-se um grande vilão estuprador de almas. A história das civilizações nos contempla com muitas matanças, barbáries, pilhagens e instituições que legitimaram a hipocrisia em nossa civilização.
Basta encarar com coragem, sem piegas, a comédia do natal que acontece todo final de ano nos chamados encontro de confraternização. O evento não tem nada a ver com o aniversariante, é apenas uma data comercial que serve para consolidar o domínio do deus capital e toda aquela hipocrisia rasteira pela qual Jesus foi crucificado. Em raríssimas e quase que extintas famílias nos deparamos com o verdadeiro e desinteressado amor. Em sua maioria, o que se vê é o desfile de grifes famosas, a troca de presentes caríssimos – e ai daquele que ousa levar uma pequena lembrança! E a farta mesa? Essa não pode ser tocada, enquanto todos os olhos não se satisfizerem de que realmente podem “encher a mesa”. E aja espírito cristão!
Se conversarmos com os nossos conhecidos, observaremos que a maioria diz querer e praticar o bem em relação ao próximo. Mas se isso realmente fosse verdadeiro, por que o Brasil é hoje e mais do que nunca, um caldeirão de miséria e miseráveis?
O que dizer sobre tudo isso? Somos hipócritas!! Sabemos o que precisa ser feito, e como fazê-lo, mas não fazemos nada porque estamos brutalmente anestesiados para encarar com naturalidade as mazelas da vida.
É tamanha a bestialidade da hipocrisia que até diante da morte é notada a compulsória deselegância da infinita estupidez. As lágrimas cedem lugar a insignificância da vida; a dor é visitada por palavras ferinas, cortantes tal qual a navalha afiada. E eis que surge maquiavelicamente a figura de alguém que expõe em ar de nobreza que a sua presença é e deve ser notada para que os presentes saibam: aqui não acaba a vida, pois a soturna e sombria imagem da prepotência se faz ver.
E entre o desespero de poucos é necessário tentar entender que o ser humano é o maior algoz da sua existência. Quanto aos melhores, aos que ainda desejam implantar o amor, que se despedacem, pois o mais forte vence. E nesse jogo, o perdedor não é o predador, mas o arrebatador de tristes desilusões.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Milagres do amor





Tantas cores, imagens e poesia
Poderiam descrever esse amor.
Ele é simples e puro,
Faltam-me palavras,
Faltam-me imagens,
Falta-me até saber poético.
Você é o amor da minha vida
Já não saberia viver distante,
Alguém tão capaz de me dar incentivo
E me mostrar o belo.
Não encontro sossego em meu coração
E se você partisse ou me faltasse
E, diante dessa certeza,
Não posso deixar de reafirmar,
- com toda a convicção, -
Você representa, em carne, osso, sangue e emoção,
O grande amor que vai me acompanhar
Até o fim dos meus dias.
Que o destino ou os deuses ouçam este meu apelo!

domingo, 11 de agosto de 2013

Homenagem Póstuma: Dia dos Pais.



Ninguém conseguiu substituí-lo. E ele se foi, como tantos outros pais ao encontro do Pai maior.
Parece que foi ontem, ou agora. Sua presença impregnou a palavra família em mim, e a sua ausência o vazio; nunca mais a "mesa" será a mesma. Todavia, em nenhum instante deixarei de lembrar-se de tudo o que me ensinou, e dentre tantas palavras ouvidas, uma ressoa forte: CARÁTER!
Meu Pai mais do que um nome, um grande homem, aquele que nesse momento e em todos os outros me preenche o vazio com o seu amor.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Eterna Saudade do Meu Pai


Não era um homem diferente de tantos outros,
Mas era diferente de tudo: era o meu pai.
Seguiu e fiquei órfã.
Vi na sua ausência tantos sonhos se desfizerem,
Tantas e tantas lágrimas derramar.
Percebi o quanto fui fraca, o quanto fui tola.
.........................................................................
Deveria ter gritado alto, e sem temor.
Dizer do orgulho, e das lições que com ele aprendi.
Tinha medo, tinha receios... Tive dúvidas: Eu temi.
Hoje busco no etéreo o desabafo,
Na escuridão o clarão,
Nas incertezas o seu abraço,
Em meu amor a solidão.
No tempo que se esvai vejo e clamo.
Nas luas procuro o estrelar, e vou cantar.
Nos mares navego nos oceanos.
Sigo e persigo aos caminhos sem encontrar.
..........................................................................
E em cada passo é mais um ato,
Que pinto e repinto sem papel.
É mais que uma dor, é quase um laço,
É um nó apertado, é um doce sem mel.

sábado, 3 de agosto de 2013

Os 10 segredos do amor


O PRIMEIRO SEGREDO: O PODER DO PENSAMENTO
O amor começa com o pensamento. Convertemo-nos naquilo que pensamos. Os pensamentos amorosos criam experiências e relações amorosas. As afirmações podem mudar as nossas crenças e pensamentos sobre nós mesmos e sobre os outros. Se quisermos amar a alguém, temos de levar em conta as suas necessidades e desejos.

O SEGUNDO SEGREDO: O PODER DO RESPEITO
Não se pode amar a nada nem a ninguém a menos que antes o respeite. A primeira pessoa que merece respeito somos nós.

O TERCEIRO SEGREDO: O PODER DA ENTREGA
Se desejar receber amor, tudo o que tem de fazer é dar! Quanto mais amor entregar, mais receberá. Amar é entregar-se sem condições e voluntariamente. É praticar ao acaso atos de bondade. A fórmula secreta de uma relação amorosa, feliz e para toda a vida é concentrar-se sempre em o que pode dar em vez do que pode tirar dela.

O QUARTO SEGREDO: O PODER DA AMIZADE
Para encontrar um amor verdadeiro, primeiro devemos encontrar um amigo. O amor não consiste em olhar nos olhos do outro, mas sim em olharem juntos na mesma direção. Amar a alguém de verdade pelo que é, não por seu aspecto físico. A amizade é a terra onde a semente do amor cresce.

O QUINTO SEGREDO: O PODER DO CONTATO FÍSICO
O contato físico modifica uma das expressões mais poderosas do amor que existe, destrói barreiras e cria vínculos entre as pessoas. O contato físico altera nosso estado físico e emocional e nos torna mais receptivos ao amor. O contato físico nos ajuda a curar o corpo e enternece o coração. Quando você abre seus braços, está abrindo seu coração.

O SEXTO SEGREDO: O PODER DO DESPRENDIMENTO
Se amar a alguém o deixe livre. Se voltar é seu; se não o fizer, nunca foi. Quando se está dentro de uma relação amorosa, as pessoas necessitam ter seu próprio espaço. Se quisermos aprender a amar, primeiro devemos aprender a perdoar e deixar ir embora nossas feridas e doenças do passado. Amar significa desprender-nos de nossos medos, prejuízos, ego e condicionamento. Hoje deixo para trás todos os meus medos, o passado já não tem poder sobre mim; hoje é o começo de uma nova vida.

O SÉTIMO SEGREDO: O PODER DA COMUNICAÇÃO
Quando aprendemos a nos comunicar abertamente e com sinceridade, a vida muda. Amar uma pessoa é estabelecer comunicação com ela. Faz com que a pessoa a quem ama saiba que a ama e aprecia. Nunca tenha medo de pronunciar as palavras mágicas: Quero-te. Não deixe passar a oportunidade de elogiar uma pessoa. Despeça-se dela sempre com palavras carinhosas: pode ser que seja a última vez que a vê. Se estivesse a ponto de morrer e pudesse telefonar às pessoas de quem gosta, a quem ligaria? O que lhes diria?... O que está esperando para fazê-lo?

O OITAVO SEGREDO: O PODER DO COMPROMISSO
Se desejar amor em abundância, deve estabelecer o compromisso de consegui-lo, um compromisso que se refletirá em suas ações e em seus pensamentos. O compromisso é a verdadeira prova de que o amor está presente. Se quiser ter uma relação com amor, deve comprometer-se a criar a relação que quer. Quando estamos realmente comprometidos com algo ou com alguém, abandonar nunca é a opção. O compromisso distingue uma relação frágil de outra sólida.

O NONO SEGREDO: O PODER DA PAIXÃO
A paixão acende o amor e o mantém vivo. Uma paixão duradoura não procede exclusivamente da atração física, ela nasce graças a um profundo compromisso, entusiasmo, interesse e fascinação pela outra pessoa. A paixão pode se reavivar recriando experiências passadas onde houve paixão. A espontaneidade e as surpresas criam paixão. O amor e a felicidade compartilham a mesma essência; tudo o que necessitamos fazer é viver cada dia com paixão.

O DÉCIMO SEGREDO: O PODER DA CONFIANÇA
A confiança é essencial para estabelecer uma relação com amor. Se um membro do casal está cego pela suspeita, a ansiedade e o temor, o outro se sentirá atrapalhado e emocionalmente sufocado. Não se pode amar a outra pessoa plenamente a menos que confie nela. Aja como se a relação que mantém com uma pessoa nunca fosse se acabar. Uma maneira de saber se a pessoa é adequada é perguntando-se: Confio nele plenamente e sem reservas? Se a resposta for negativa, pense com cuidado antes de comprometer-se mais.



domingo, 28 de julho de 2013

Francisco esta entre nós




Carisma, simpatia, humildade, solidariedade e tantos outros adjetivos pode-se aliar ao papa Francisco nessa visita ao Brasil. Esteve presente e se fez presença em meio ao povo, sem receio das “balas” perdidas, ou quaisquer agressão. Ele não teme a morte, pois sabe que seu dia chegara. Ele é indisciplinado para com a segurança. A postura que teve diante das pessoas, o respeito ao semelhante foi o seu grande escudo; as suas palavras foram de que gosta de pessoas, e não aceita a ostentação tão exposta nos últimos tempos pela igreja católica.
Resgate eis a solução. E tão bem nos mostrou o quanto é possível retomar a caminhada, em passos firmes e decisivos tal qual São Francisco o fez. Demonstrou a todos nós que temos a estrela da esperança em nosso País tão sofrido, mas tão amado, e para tanto é necessário apagar a ambição das nossas vidas.
Um homem incansável com a missão de reconstruir a igreja católica. Sorrisos não lhe faltaram, e exprimiu a saudade dessa terra e desse povo que afetuosamente lhe acolheu, nos pedindo que orássemos por ele.
Sobre os carros de luxo que muitos clérigos utilizam ensinou que o povo exige a pobreza dos sacerdotes tão apegados ao dinheiro. O veículo é um bem necessário até porque é preciso deslocar-se em meio às pessoas.
A evasão dos católicos em nosso continente segundo ele é desconhecida, mas basta à mãe igreja acolher como uma mãe ao seu filho; faltam sacerdotes para assistir ao povo que necessita ouvir as palavras de Deus através do seu pastor. As raízes da fé estão vivas em cada um de nós, basta à proximidade.
A cúria romana sempre foi criticada; Tem escândalos, mas tem santos: “Faz mais barulho a arvore que cai do que o bosque que cresce”. São oito cardeais um de cada continente que  formaram a comissão de fiscalização para chegar a reforma da cúria. Os teólogos dizem que a igreja sempre precisa ser reformada. É preciso reorganizar e ser dinâmica.
No mundo atual quem manda é o dinheiro sem qualquer controle ético. Essa feroz idolatria prejudica e o mundo desaba. Estamos vivendo um humanismo desumano. E o jovem tem a ilusão da utopia por ter mais energia e menos experiência, mas transforma. Os jovens precisam ser ouvidos assim como os idosos. São extremos temidos pelo mundo.
É preciso estimular a cultura do encontro, do respeito podando ao egoísmo, e valorizando a fé, respeitando ao próximo.
... E seguiu rumo ao Vaticano, local que não poupou ao falar sobre os escândalos que envolveram ao clero.

terça-feira, 16 de julho de 2013

AVÓS DO SÉCULO XXI



As gerações mais novas estão identificando menos a questão da hierarquia, e muitas vezes observam mais os seus direitos do que os seus deveres. Todavia, convém lembrar que esse é o reflexo da educação que tiveram e as mudanças na sociedade.
Hoje, fala-se muito em respeito, todavia pouco tal fator é observado nas relações familiares e sociais. Os avós ou idosos de um modo geral são pouco ouvidos e mais ouvintes; mesmo ao tentar ajudar no cultivo de valores aos netos ou aos mais jovens de que aquilo o que fazemos certamente refletira em consequências positivas ou negativas, são desrespeitados ou tidos como um peso na vida.
É preciso compreender que não pode haver receio de falar com a nova geração sobre o que é bom, justo e belo, e principalmente cultivar o senso crítico, para que avaliem as situações vivenciadas, e se estabeleça limites no relacionamento entre eles.
Isolar aos que vivem a fase áurea da velhice é o pior dos sentimentos para o ser humano. O ser solitário, isolado do convívio social por descaso dos seus familiares deixa-se abater de forma cruel, como se aguardasse o momento final para alegria dos seus algozes. Faz-se necessário priorizar relacionamentos, abraços e aconchego, porém não adianta cobrar da criança os ensinamentos, se veem os seus pais desrespeitarem aos avós como se os mesmos fossem objetos descartáveis.
Quem sabe a eterna mola propulsora do mundo – o dinheiro – seja o grande vilão dessa história. Com a “grana” em mãos, o indivíduo se apropria de toda a vaidade para apresentar aquilo que é o seu sustentáculo de poder diante de todos. E, se é verdade, que tudo o que sobe desce, ou que o mundo dá muitas voltas, atualmente o que observamos é uma parada estonteante diante do bem, e o triunfo do mal como se demonstrasse aos berros que venceu ao oprimido, que derrotou a dignidade, e espera a ressurreição do amor.


sexta-feira, 21 de junho de 2013

Seríamos um povo que vive sobre o temor do amanhã, ou que dormia em berço “esplêndido”?




Creio em uma raça que grita, esperneia e demonstra a sua voz diante do que quer seja. Quem sabe diante de um gol quem sabe diante da dor. Mas, a fome é tanta que se fez abafar. Porém, aqueles que nos atiraram as migalhas para o consolo recebem agora o troco da falta de respeito.
Em nada adianta querer retocar a imagem de um Brasil mascarado e massacrado. Todo o nosso povo esta desfigurado, pois nos falta à saúde, o alimento, a educação, a moradia e tantos outros itens, exceto a nossa dignidade.
Informar ao mundo que em nosso país o crescimento é estonteante é a verdade. Mas, qual seria o crescimento? O que observamos é pessoas na famigerada fila para “atendimento” em hospitais onde aqueles que ali trabalham convivem dia após dia com a dor o sofrimento que também lhes atinge. Até diante da morte já não temos o repouso do corpo, uma vez que nos cemitérios populares já não tem mais local para o sepultamento.
E o que dizer da fome e da falta de vergonha do programa fome zero?
Bolsa educação? Lastimável! São familiares que amanhecem nas ruas em busca de uma vaga num esgoto chamado colégio público, e quando conseguem, expõem e temem pela vida dos seus filhos que, a qualquer instante poderão ser assassinados. E as escolas particulares? Por que e para que tantas disciplinas se os nossos jovens não assimilam sequer ao nosso idioma ou a tão querida tabuada?  Mas... Depois que o feminino de presidente é presidenta, dizer o quê?
Programa Moradia para os mais humildes? É só observar o que ocorre na época das chuvas quando seres humanos são “engolidos” pela terra, que responde ansiosa aos maus tratos que lhe são concedidos, uma vez que programa de sustentabilidade em nosso país foi feito para ser apresentado em um palco ou conto de carochinha.
Verdade! Estamos revoltados, indignados, manifestados. Não podemos ter a “copa” porque a cozinha – nosso Brasil - esta imunda.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

E tudo isso por que?



E nós ainda vamos nos beijar na chuva.
Eu também vou calar sua boca com um beijo
E se houverem brigas vão acabar na cama.
Eu vou te observar enquanto você dorme
E vou fazer cafuné quando em sua cabeça deitada no meu peito.
Vamos passar tardes assistindo filmes românticos
Deitados debaixo das cobertas e comendo brigadeiro.
E vamos passar madrugadas acordados conversando.
E vamos contar aos nossos filhos a história sobre como nos conhecemos.
Vamos discutir sobre quem vai levantar pra apagar a luz do quarto.  
Vão olhar pra nós e falar sobre o nosso amor.
E tudo porque fomos feitos pra nos conhecermos,
Pra nos apaixonarmos,
Pra vivermos um para o outro.



Mais que de repente deu vontade de um abraço...
Uma vontade de entrelaço, de proximidade...
De amizade, sei lá!
Talvez um aconchego amigo e meigo,
Algo que enfatize a vida e amenize as dores... 
Ou quem sabe fale sobre os amores,
Que seja afetuoso e ao mesmo tempo forte...
É isso: deu vontade de poder ter saudade de um abraço.
Um abraço que eternize o tempo e preencha todo o espaço.
Fazendo lembrar-me do carinho que surge devagarinho,
Lembrar-me do calor das mãos a dizerem: - Estou aqui.
Ou ainda: - Estou com você! 
Um abraço que desate os nós,
Que transforme em envolventes laços...
Que sirva de "colo", afastando toda e qualquer angústia.
Que desperte a lágrima de alegria e acalme o nosso coração.
Um abraço que traduza a amizade, o amor e a emoção.
E para um abraço assim, só consigo pensar em você.  

Um abraço...




domingo, 16 de junho de 2013

O que nos espera?



Uma das questões mais discutidas na sociedade atual é a longevidade. O aumento da população idosa em todo o mundo, acrescido do aumento da expectativa de vida alterou sensivelmente os valores e paradigmas até então vigentes, sobretudo no que se refere à velhice. Em face desta nova realidade que ora se desenha a sociedade, em suas diversas instâncias, precisa rever seus modelos, redimensionar seu olhar frente a este “novo” contexto. Esta mudança do envelhecer deixa de ser encarado como um fardo unicamente natural para ser concebido como processo cujo desenvolvimento envolve a vida humana.
Lirismo poético á parte, se faz necessário realmente encarar a triste realidade em que se encontram os sobreviventes de uma espécie que hoje, esta sendo dizimada, nos momentos de maior vigor, ou por que não dizer, no florescer da juventude. Em verdade, os idosos apenas continuam a fazer parte de um contexto social onde sequer temos o abrigo adequado, ou estrutura emocional para lidar com tal situação. E, em meio a um cenário em que as velhas certezas dão lugar à incerteza, a busca por referências passa a ser um lugar-comum entre os indivíduos.
A família deveria ser o ponto de apoio do idoso em todos os momentos e circunstâncias. Todavia, - quem sabe - estamos sendo pegos de surpresa.
O indivíduo moderno esta sendo impelido a adaptar-se às novas circunstâncias, sendo uma das condições o ajustamento aos novos modos de ser e estar no mundo, haja vista a quebra quase total dos regimes de disposição hierárquicos, e valores que classificava, e ordenava as identidades sociais no antigo paradigma.
No Brasil, a aprovação unânime do Estatuto do Idoso pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal em Setembro de 2003 veio tentar minimizar a um problema que urge por soluções. É necessário compreender que num mundo onde a estética de beleza esta edificada através dos moldes menos dignos possíveis, onde o dinheiro perpassa as fronteiras para edificar de modo vil e cruel a tudo o que é capaz de se tornar identidade elegível, tão somente e porque demonstra a força por meios monetários, o “velho” torna-se trapo, sem sequer ter condições de “reciclagem”, caso não disponha do dinheiro para que possa “comprar” o afeto, na maioria das vezes.
É preciso urgentemente compreender que a velhice deve ser considerada como a idade da vivência e da experiência, que jamais devem ser desperdiçadas. E, no futuro bem próximo todos os que se veem apenas com o vigor da juventude, logo serão absolvidos pela fase que “acreditaram!” não existir em sua vida. Se não estivermos conscientes dessas transformações e preparados para enfrentar esta nova realidade, estaremos fadados a viver em uma civilização solitária e totalmente deficiente de direitos e garantias na terceira idade.





domingo, 28 de abril de 2013


Ao passar dos anos, formulo o desejo de me vê repentinamente com trinta anos, sem saber o que aconteceu nesse intervalo.
Meu sentimento é de perplexidade, e pergunto a mim mesma: como decorreram todos esses anos?
Ainda sou aquela menina assustada que entrou pela primeira vez na escola; ainda sou aquela professorinha ingênua que enfrentou a sua primeira turma; a advogada com cara de menina de tranças; aquela virgem sonhadora que entrou na igreja, vestida de branco, para um casamento que durou tão pouco! Ainda sou aquela mãe aflita com a primeira febre do filho que hoje tem mais de trinta anos.
Passei batida pela tal crise dos trinta, pois estava ocupada demais lutando pela sobrevivência, pelo desejo de oferecer aos meus filhos a segurança tão almejada.
Aos quarenta imaginei a grande festa, porém não se realizou.
E o tempo passou me proporcionando a construção de uma nova vida, e novos anseios.
Hoje me pergunto onde está à velhinha que eu esperava ser nesta idade, e onde se escondeu a jovem que olhava para o espelho todas as manhãs desenhando o perfil de anos vindouros.
Faço parte de uma geração que revolucionou a história e a sociedade, uma época de profundas e rápidas transformações. A música se rendeu aos festivais de Chico, Gil e Caetano, dentre tantos outros. Vi as façanhas do imortal Cazuza, a singeleza de Ana Carolina, e choro diante das letras e da voz de Alcione. Entretanto, como num conto de fadas, Roberto foi além da Jovem Guarda, e vivemos ainda a Velha Guarda através das suas canções.
Vi a ditadura militar, às passeatas pelas diretas e impeachment do presidente a um novo país misto de decepções e esperanças e “caras pintadas”; fiz parte das grandes greves e passeatas estudantis, encarei a invenção da pílula e a liberação sexual ao bebê de proveta. Sofri ao constatarmos a imposta presença da AIDS, e do câncer; e tudo se tornou irremediavelmente inseguro ao constatarmos que as drogas ilícitas atacavam aos seres humanos com a firmeza de um gladiador diante da sua presa.
Vi o orgulho do futebol brasileiro (e alguns vexames históricos).
A televisão chegou ao Brasil, mas a minha família só conseguiu comprar um aparelho alguns anos depois e, por meio de suas transmissões, vimos à chegada do homem à lua, a queda do muro de Berlim e algumas guerras modernas.
Passei por reformas ortográficas e precisei aprender a nova linguagem do computador e obviamente, da internet. Aprendi tanto que foi por meio desta que descobri como é interessante o mundo virtual!
Não me sinto diferente do que era há alguns anos, continuo tendo sonhos, projetos, me alimento e durmo bem, gosto de cinema, música, de dançar, leio muito, viajo para os lugares que um dia sonhei conhecer.
O que me faz rejuvenescer é o contato com os alunos, que bem sei também se beneficiam da minha experiência. Vale ressaltar que  tenho aprendido muito mais que ensinado.
Comecei a precisar de óculos para perto e para longe, e tinjo os cabelos, pois os brancos falo que são privilégio que herdei.
Há marcas do tempo, claro, e não somente rugas, mas também cicatrizes, testemunhas de algumas aprendizagens: a do apêndice me traz recordações; a da cesárea marca minha iniciação como mãe de um filho homem.
Lembro-me diariamente que a vida nos traz surpresas nem sempre agradáveis e que não tenho tempo a perder.
A capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo diminuiu, lembro-me de coisas que aconteceram há bastante tempo e... Esqueço as panelas no fogo.
Aliás, a memória (ou sua falta) merece um capítulo à parte: constantemente procuro determinada palavra ou quero lembrar o nome de alguém e começa a brincadeira de esconde-esconde. Tento fórmulas mnemônicas, recito o alfabeto mentalmente e nada! De repente, quando a conversa já mudou de rumo ou o interlocutor já se foi, eis que surge o nome ou palavra, como que zombando de mim...
Mas, do que é que eu estava falando mesmo?
Ah, sim, do tempo! Os tempos.
Claro que existem vantagens: pagar meia-entrada (idosos, crianças e estudantes têm essa prerrogativa, talvez porque não são consideradas pessoas inteiras), atendimento prioritário em filas exclusivas, sentar sem culpa nos bancos reservados do ônibus – em Salvador o metrô é utopia.
Certamente o saldo é positivo, com muitas dúvidas e apenas uma certeza: tenho mais passado que futuro e vivo o presente intensamente, tenho netos, e um que a cada dia me surpreende com as suas façanhas tão infantis. Tenho o prazer de vivenciar uma filha aborrecente e redescobrir essa fase em nossa vida.
É! E agora diante das mazelas da vida posso ao menos constatar o quanto nada sei, o que é preciso compreender, o que quero, e o que vou fazer, pois Deus assim quer.

Zerei o cronômetro, mas guardei na memória as experiências.

E Zerei ao meu cronômetro, e pensei: vou reiniciar a minha vida ao desembarcar num inverno rigoroso. Sou bicho do sol da praia, do sorr...