terça-feira, 17 de agosto de 2010

Tantas Mulheres



Tenho em mim uma mulher guerreira
Que impõe a espada da luta     
Sai à guerra... Com a cara pintada
Em cores da razão.
Leva no peito a armadura da persistência
O elmo da coragem:
E o capacete de solidão.
Tenho em mim a mulher em vivas!!!
De todas as vidas. Até as mortas...
- Por falta de lidas.
Por que faltou vida na dita mulher-da-vida
Por vidas que não viveram... Só morreram
No silencio dos porquês.
Tenho em mim a mulher apaixonada
Que não relaxa... Que não dorme...
Que sonha, pensa e rir... Dela mesma...
Pela flor que não recebeu
O beijo que não deu,
A carícia que se deteve
A monotonia das relações que não vingam
E que não tiveram nem o tamanho dos seus sonhos,
Nem o gozo dos seus corpos.
Tenho em mim a mulher Mãe
Que amamenta aos filhos
Filhos da sua solidão...
Goteja o leito do abandono porque passou
Como a juventude que fez as malas
E partiu para a terra do nunca
E se repatriou no país do ontem
E não mais canta canções de ninar...
E não mais embala
Aos filhos da sua luz.
Tenho em mim tantas mulheres...
Todas as mulheres
Do mundo
Da vida
Da solidão
Da luta
Do silencio
Do gozo
Da ilusão.
Todas duras...
Todas puras...
Todas nuas...
Todas.
Até a que não nasceu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Zerei o cronômetro, mas guardei na memória as experiências.

E Zerei ao meu cronômetro, e pensei: vou reiniciar a minha vida ao desembarcar num inverno rigoroso. Sou bicho do sol da praia, do sorr...