domingo, 8 de agosto de 2010

Dia dos Pais....mas todos os dias é dia de saber que meu pai é referência.


HOMENAGEM DO MEU IRMÃO AO NOSSO PAI

Lembro-me de ter sido uma criança quietinha, um pouco retraída, que gostava de futebol e de carrinhos de pilha, mas não podia tê-los, porque custavam caro. Meu pai me dizia que só poderia comprar um se eu tivesse os de madeira e plástico, pois assim poderia brincar com os meus irmãos. Ele me ensinou a ser solidário.
Eu queria muito aprender a amarrar os cadarços dos meus sapatos. Meu pai deixou que eu aprendesse a amarrá-los sozinho e só me ensinou a fazê-los depois que um amiguinho me ensinou a fazer um bem complicado. Ele me ensinou a ter iniciativa.
Eu comecei a namorar aos 15 anos de idade. Meu pai estabeleceu um horário para chegar a casa: 21h30min. Nem mais, nem menos. Um dia, cheguei às 21h35min. Ele desceu as escadas lá de casa, abriu o portão – que estava com cadeado – me olhou e disse: Amanhã você dorme na rua. Nunca mais cheguei atrasado. Aliás, chegava antes das 21h30min. Meu pai me ensinou a ter limites.
Meu pai não gostava de comprar à credito, por isso não tinha crédito em lojas. Só comprava à vista e juntava seu dinheiro para finalizar a compra. Eu aprendi com ele a não fazer dívidas as quais não possa pagar.
Meu pai fumava e eu comecei a fumar aos 17 anos. Deixei de fumar em 1986 aos 27 anos. Meu pai deixou um ano antes e passou um ano inteiro me pedindo para abandonar o vício. Ele teve enfisema pulmonar e depois câncer. Morreu 5 anos depois que abandonou o vício, em 1990.
Meu pai fez de mim o homem que eu sou e quando meu primeiro filho nasceu em 18 de setembro de 1987, eu pude entender o que significa ser um pai. Lembro de ter olhado para o meu filho e ter-lhe dito a seguinte frase:“Seja bem-vindo ao mundo, meu filho. Um dia você também será pai e eu desejo ser para você um pai tão bom como o seu avô”. Meu filho conheceu meu pai e depois dele vieram mais quatro que não puderam conhecer o avô.
Nesse dia em que se homenageiam os pais, sinto-me realizado e feliz porque tenho o privilégio de ser pai de cinco filhos: Diego, João Pedro, Yang, Hernan e Clara. Desejo apenas aos meus amigos que sejam apenas pais presentes na vida dos seus filhos para que eles possam levar adiante o legado que você deixará para eles. Ensinem aos seus filhos a serem cidadãos com os seus exemplos. E que assim seja.
Herval,

Orgulho-me de saber que fiz parte desse seu jeito de escrever, mas e muitíssimo mais, por ser filha desse mesmo Pai.
Um homem severo mas que nos deixou como legado a certeza do que somos,; jamais foi caricato até porque as suas palavras e posturas são relembradas por todos os que tiveram a honra de conhecê-lo e, o privilégio de guardá-lo do lado esquerdo do pai.
 Um sujeito que num simples olhar denunciava as suas próximas atitudes. Um "cara" além do tempo que por aqui magistralmente passou, se fêz presença tal qual uma estrela: não foi um cometa ( e nem poderia ser!).
Através dele descobri que ser mulher não é apenas ter nascido e carimbada como fêmea...é muito mais. E hoje, a idade me traz a tranquilidade para debruçar sobre o tempo, e saber que nessa data em que sou Mãe e Pai /você, Pai e Mãe, convivi com duras provas diante da vida, porém não desisti. 
Também aprendi com Ele (o nosso pai) que até diante da morte precisamos estar de pé e encará-la porque o pior não é o ir, triste é permanecer como um covarde.
 Relembro que logo que ele soube que estava com câncer pediu para morrer mas, quando a doença realmente se impregnou pelo seu corpo, ele encarou a dor numa atitude suprema nos mostrando que precisávamos vigiar,chorar e serenar....e foi nessa serenidade que seguiu ao encontro do Criador.
E essa luminosidade permanecera sempre no coração dos que tiverem a pureza na alma.

Kathya

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