quinta-feira, 22 de abril de 2010

POBREZA?


A pobreza não se resolve com medidas ou atitudes simplistas como dar comida. A pior pobreza é a de espírito, essa é difícil de encarar.
Os mais humildes financeiramente existem. E espalham-se pelo mundo inteiro de maneira desordenada. O pior é que são (-somos-) tantos, que os poucos que se julgam pretensiosamente afortunados, preferem não ver.
 A expressão “os pobres” provoca tantos efeitos que muitos sobrevivem na miséria da pobreza. Os antigos romanos se empenhavam em construir muralhas e enviar exércitos para as fronteiras para vigiar a aqueles que viam como bárbaros. Hoje fazemos a mesma coisa de outros modos.
De nada adianta a pseudo-ajuda através de doações, se no coração não existe fraternidade. O que observo são os vidros ficando cada vez mais escurecidos para encobrir a alma daqueles que teimam em não enxergar.
O “natal” parece existir para que essas pessoas se sintam menos culpadas diante do flagelo do seu semelhante. E se as chuvas castigam ao nosso irmão que busca nas encostas o amparo para a sobrevivência, é mister dizer que muitos são os que observam e preferem discursar.
 É, e com o passar dos tempos, nós acostumamos até em observar conscientemente a miséria alheia, e dela tirar “proveito,” sempre que de alguma forma sorrimos das atitudes que são peculiares de grande parte dessa população. Pois é, são tantos os emails que se vangloriam em contar que “pobre só usa cama tipo beliche, que adora ficar na laje da casa, que faz degustação em supermercado”... Ah, santo Deus!!! Feliz daquele que tem a cama para deitar, uma casa por mais simples que seja e ainda com laje. Ir a supermercado é luxo. Mas me admira é ver que essas pessoas não vêem filhos, parentes e os próprios indo à delicatessen e saindo sorrateiramente após o lanche sem pagar- e ainda dizem que o dono é otário. Isso é que é triste.
Feliz será o dia em que descobrirmos que os nossos semelhantes se constituem da mesma espécie, não importando cor, raça ou sexo.
Ocorre é que nem todos tem a mesma chance na escalada sócio educacional e, por vezes lutando para sobreviver, fazem da realidade o quadro pintado com as cores sombrias da fome e da desilusão. 

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