quinta-feira, 22 de abril de 2010

Cultura e Educação Escolar

A escola, como instituição social, cuja prática social funda-se no reconhecimento público conferindo-lhe legitimidade e atribuições próprias, garantindo-lhe autonomia e uma ação diferenciada das demais instituições.
 Tem-se uma relação interna entre Estado e escola, sendo que a autonomia das instituições escolares só se faz possível na medida em que o Estado e a sociedade reconhecem a legitimidade de suas atribuições, num princípio de diferenciação que lhe confere autonomia perante outras instituições sociais.
O entendimento da escola com espaço público é inseparável da idéia de democracia, de democratização do saber, no qual a educação e a cultura passam a ser constitutivas da cidadania. A educação é reconhecida como direito dos cidadãos, no sentido de ter direito à escola de qualidade social que aproxime as culturas dos sujeitos que agem e interage nesse espaço, cujo compartilhar diminua as diferença, reconheça e legitime seus saberes.
É de Hanna Arendt a contribuição teórica do vínculo de espaço público e cidadania; a noção de espaço público como o mundo compartilhado com os outros, um espaço que não é propriedade dos indivíduos e nem do poder estatal.
A escola é esse espaço no qual a igualdade e/ou a possibilidade de igualdade deve prevalecer, a convivência do diverso faz-se companheira do reconhecimento da singularidade, legitimado pelo reconhecimento público e intersubjetivo dos outros.
Pensar a proposta de educação escolar na perspectiva que esse pensar é de todos, envolve os segmentos que constituem a comunidade escolar – alunos, pais e responsáveis pelo aluno/a, servidores administrativos e professores - é instituir uma política plural no pensar o processo educativo, é criar um espaço compartilhado por todos na prática social da escola, é possibilitar a vivência do democratizar a democracia.
 É nesse encontro que acontece a “magia” da cidadania, expressão do ato, da vontade individual e coletiva. Inicia-se o pensar a ação futura de forma a democratizar radicalmente a democracia, ou seja, de criar mecanismos para que ela corresponda aos interesses da ampla maioria da população e de criar instituições novas, pela reforma ou pela ruptura, que permitam decisões sobre o futuro que seja decisões sempre compartilhadas (GENRO, 1997).
Eliminar a tirania do espaço escolar é dar vida aos que a fazem, é ter uma concepção de cultura escolar que encontra ressonância no dito:
"a cultura precisa ser capaz de produzir significados, provocar sentimentos individuais e coletivos, criar disposições à ação e estabelecer formas de experiência coletiva da vida e de reflexões sobre seu valor. A cultura é um processo de construção social da história de vida das pessoas, das sociedades dos povos e até mesmo das nações." 

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