terça-feira, 13 de abril de 2010

Acredite que o dia amanhece em Salvador antes do meio dia.


Acordei atrasada para o trabalho. A manhã um tanto e quanto encardida escondeu os primeiros raios de sol, mas uma voz de criança próxima a janela do meu quarto gritava:
-Vovó, eu quero ficar em casa. E choramingava de fazer dó.
Também mal se colocava de pé aos dois anos de idade, e a vida já o açoitava rumo a um desses tantos reservatórios de pequeninos, que não conhecem mais a verdadeira infância. No início a  situação é vista como uma tábua de salvação pois o infante ficara em uma creche e os pais / mãe poderá ir em busca do sustento, que no caso especifico, é cuidar de outras tantas crianças que brincam e colorem, e gritam e correm nas escolas dedicadas ao maternal ou jardim. Em verdade, o rótulo é bem mais caprichado, mas a infância de outrora não mais é vivenciada.
Corro porque a vida não tem tempo para esperar o relógio, entretanto observo que, bem perto, uma outra face da cidade parece que ainda dorme, e sequer imagina que deverá despertar.Sigo, e logo me dou conta de um diálogo intrigante:
- Calma! ainda não abriram as livrarias, a moça da xerox não chegou, ah! não tem troco porque é muito cedo.
-Mas é preciso apresentar os documentos e as cópias. Que faço?
-Nada...só esperar e não dê pressa que fico nervosa. Aí será pior pois não gosto de ser atentada.
-Mas moça!!!! que faço? passa das 9 horas da manhã e não é madrugada.
-Vixe! a sra. dormiu de avesso. Não percebe que tá chovendo?
-E o que tem a ver a chuva com a situação?
A mulher fica atônita, resmunga, olha para os lados como se pedisse para ser compreendida,quando...
- Tá vendo a sra.! quis andar com muita pressa e agora a energia faltou. Vai ter que esperar porque é assim mesmo,quando o tempo muda vira tudinho.
Fui embora do local sem saber se sorria da vida ou deixava que a vida zombasse de mim.


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