Desde que o ser humano
passou a se sentir ameaçado em sua sobrevivência, iniciou-se um processo de
conquista, de domínio sobre os recursos naturais através do seu alto grau de
inteligência e criatividade para utilizar os recursos naturais existentes em
seu próprio benefício; Criou diferenciadas ferramentas em cada época para
dominar debilidades físicas em relação às demais espécies.
Por conseguinte, através
da invenção de inúmeros equipamentos, ampliaram-se as suas competências
associadas ao raciocínio e à habilidade manual própria do ser humano. Essa
diversidade resultou numa agregação de saberes, de formas e de técnicas do
fazer, dos costumes e dos hábitos sociais que foram propagados de geração em
geração.
Hoje, o mundo nos exige
que sejamos adeptos do uso de equipamentos tecnológicos, e os adolescentes
estão conectados ao uso da internet, do celular quase que diariamente. Os mais
velhos procuram se adaptar a tal realidade, visto que para muitos, ainda é algo
absurdo, ou até de pouca relevância.
As pessoas que têm
atualmente 60 anos de idade, eram jovens quando a revolução cibernética começou
a acontecer, na década de 1970. Algumas dessas, encontram dificuldade numa
série de fatos: Do computador, por exemplo, assim como em relação ao celular, à
máquina fotográfica, que também é digital, a secretária eletrônica, enfim,
todos os aparelhos que antes não eram digitais e que hoje são.
Mandar uma mensagem
escrita através do celular qualquer jovem faz com a maior facilidade, e isto
ocorre porque ele já nasceu nessa geração. Todavia, esse processo evolui numa
rapidez espantosa: nós estamos vivendo uma aceleração da aceleração.
Aquilo o que os jovens
conseguem fazer com muita velocidade e facilidade, pelo menos aqueles que estão
inseridos neste mundo digital, também vão ter que saber lidar com a evolução
crescente. Caso contrário, ficarão numa situação semelhante à da geração
anterior. O uso de softwares livres e a produção do conhecimento e da
informação podem favorecer aos setores que se consideram excluídos.
A questão principal com
relação às tecnologias é que nós não consideramos o que alguns autores chamam
de efeitos colaterais ou o acidente, uma vez que estamos focados na
positividade da tecnologia, nunca na negatividade.
Dos anos de 1980 para cá,
começou a surgir dentro da Sociologia um ramo chamado Sociologia do Risco, que
começou a pensar justamente nos efeitos colaterais inerentes à tecnologia, os
efeitos sociais. O risco começou a ser pensado e considerado, porém a mídia na
contemporaneidade está diretamente relacionada aos veículos de comunicação e
está presente em vários espaços, entre eles televisão, rádio, internet, nos
corredores de bate-papo, em e mails, nos meios impressos e até na utilização de
um acessório como a lousa dentro de um ambiente escolar.
O perigo do isolamento do
ser humano através da virtualidade do domínio das relações que nunca deveriam
deixar de ser pessoais também deve ser alvo de atenção, visto que muitas
pessoas trabalham diante do computador o dia todo, só interagem com a máquina,
e acabam não se encontrando pessoalmente com os amigos.
Mas, acredita-se também
que apesar da distância existente, as novas interfaces da comunicação fazem com
que seja dada uma importância maior ao trabalho em equipe, e a dependência do
desempenho do conjunto para o resultado final.
O homem muda porque tudo
muda ao seu redor. Criou-se e continuamos criando um meio (habitat) muito
distinto. A civilização moderna está oferecendo ao homem novas formas de perceber,
de intuir, sentir e pensar.
A cibernética nos
introduz numa outra dimensão, porque nossa vida passa a ter uma outra dimensão.
Além de massa e energia, a terceira dimensão da matéria é a informação. A
revolução cibernética lida com o plano da informação e isto é muito mais do que
uma questão só de aparelhos e de como aprender a lidar com eles.
Existe uma lógica
diferente, uma flexibilidade operatória diferente, uma maneira de viver e de
pensar diferente e é precisa avançar.
No ambiente doméstico há
o computador, a TV, o micro-ondas, a antena parabólica, o telefone, o vídeo, o
fogão... Em tudo pode-se observar a presença da tecnologia e/ou o produto de um
processo tecnológico: a caneta, o cafezinho, a água ozonizada, a tesoura, o
tecido da toalha etc. Ocorre que esses objetos e alimentos são resultado de
processos tecnológicos, da ciência, da invenção, da criatividade do ser humano
para facilitar, aprimorar a vida, gerando mais qualidade da espécie.
Este é o momento de
romper barreiras, confrontar-se com a realidade cultural imposta pela mídia,
criar novas necessidades e desmistificar os estereótipos criados pelos meios de
comunicação. Conhecendo essa linguagem, o indivíduo estar· habilitado a fazer
parte de um mundo de relações e possibilitando uma maior compreensão, dos
saberes popular e científico.
Mesmo com toda a
tecnologia presente no mundo, é preciso aprimorar as estratégias. Esse
domínio da comunicação requer prática, paciência, persistência e o
desenvolvimento da capacidade de aprender a aprender, de adquirir o know-how a
partir da leitura de bons livros, jornais, revistas, filmes, músicas,
participando de cursos, estando atentos ao que acontece no mundo que nos cerca.
É preciso dedicação para
aperfeiçoar a competência de aprender; Não podemos ignorar o
poder da tecnologia – temos que saber usá-la, ter consciência de que o melhor
amigo de hoje pode ser exatamente a pessoa que manipulará seu perfil, se tiver
acesso à senha. Viver em um mundo repleto de conforto é realmente imenso; no
entanto, nem sempre sabemos qual informação é mais confiável, quais dados
merecem ser publicados – sobre si e sobre os outros.
Além disso, é importante
que aproveitemos o acesso a tanta informação para aprofundar o conhecimento
sobre o mundo em que vivemos e descobrir como usar todos os recursos que temos
à disposição para construir um mundo melhor. Há muito que fazer
na Internet ou com os inúmeros recursos tecnológicos que temos à nossa
disposição atualmente, mas é necessária orientação.
Não é necessário tirar os
equipamentos ou proibir a sua utilização; Os jovens têm clareza de que as
orientações para evitar perigos devem vir da família e que aquelas sobre busca
de conteúdo de qualidade na Internet devem vir da escola. O caminho,
provavelmente, está nessa direção.
Não é preciso achar que
esse mundo tecnológico é restrito aos mais jovens. O imigrante digital não
precisa ter medo, pois o mundo tecnológico não exige visto no passaporte. Basta
querer entrar para ser aceito. Sendo assim, os nossos professores e os nossos
pais podem fazer uso dos mesmos recursos tecnológicos que temos; blogs e outras
ferramentas de Internet podem ser usados para promover aprofundamento de
conteúdos e de conhecimento; celulares e comunicadores podem ser usados para
estreitar laços e aumentar a comunicação entre pais e filhos e até para a troca
de lembretes sobre as responsabilidades de cada um.
A tecnologia pode ser
usada para se conhecer os gostos dos outros, por meio da troca de músicas,
fotos e vídeos prediletos — não existe motivo para adultos e jovens não
trocarem esse tipo de material entre si. Afinal, recursos
tecnológicos são simplesmente recursos, que podem ser usados para as mais
variadas finalidades.
Não é preciso deixar os mais
jovens ilhados nos comportamentos aprendidos com os colegas e amigos. Ao
interagir certamente todos vão aprender muito mais, tanto em termos de
conhecimento quanto em termos de atitudes.
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