sexta-feira, 13 de maio de 2011

O Que Nos Resta?

                                 

Trabalhar na área de educação em sala de aula no século XXI, e fazer parte do século passado, no mínimo é hilário em meio a um aprendizado sem limites.
Sim, a primeira pergunta que me faço constantemente é: Por onde estão os pais? O que sabem realmente dos seus filhos?Jamais direi que a unanimidade se esconde em caixas de presentes, onde eletrônicos de última geração, capazes de transmitir em alta velocidade dados que, em pesquisa através dos velhos livros demorariam meses, e hoje abraçam ao egoísmo consciente do ter e não ser.
Em verdade, as conquistas para que as crianças e adolescentes preencham o “tempo” em cursos de natação, balé, capoeira e tantos outros, parecem demonstrar que o desejo é de ocupação, para que possa de alguma forma apresentar como uma pseudo justificativa ao seu próprio ego, de que os filhos estão sendo assessorado por tudo o que eles desejam. Mas, eles desejam? Quem deseja?
Qual a vivência das crianças e jovens com um dia de chuva, a corrida atrás da formiga, a galinha que fugiu, o balanço feito de cordas, o pula-pula, a cantiga de rodas, o joelho marcado após uma queda, a visível marca após o jogo de futebol, e tantas outras traquinagens que faziam da infância o berço da vida?
Afirmar que éramos felizes e não sabíamos é uma licença poética sem sentido, e até retroativa diante de tantos avanços que a humanidade fez e faz. Crescemos nas mesmas proporções que espiritualmente não evoluímos; Apenas nos escondemos na máscara ilusória de que tudo vai bem, Ora! E vai muito mal, tão mal que preferimos ignorar o que esbofeteia aos nossos sentidos.
Observo trabalhando com jovens na faixa etária acima de 14, 15 anos e, com jovens adultos, que clamam por afeto, aconchego, que esperam palavras e imagens inocentes dos adultos, os quais se engasgam na hipocrisia das ações, das falcatruas, da insensibilidade e até por que não dizer, por tentarem disputar um espaço que o tempo lhes absorveu diante da inoperância que se apresentaram ao mundo.
E mais uma vez me pergunto: Quem somos? O que somos? Qual o legado que pretendemos passar para a nossa espécie?
Será tão difícil o jogo do espelho?
O que reflete na atualidade é a imagem caricaturada e distorcida de pessoas sedentas de consumismo ou quem sabe da tal globalização. O que poderíamos esperar como bom resultado se até o exemplo na chegada a porta da escola onde os pais paralisam o tráfego, ou jogam o seu veículo em cima de outras pessoas, para que o filho se sinta em evidência naquele instante? Ou o que dizer dos pais que aos palavrões mandam que os filhos corram para não lhes atrasar em seus compromissos, sem sequer se perguntarem se o menor esta bem ou uma troca de afetividade?
Sim, esse é o planeta em que vivemos. Não esta se aproximando o fim do mundo, até porque a espécie humana já vivencia a degradação moral e espiritual.
Encaramos a morte não como sofrimento ou desapego aos nossos entes, mas, tão somente, como alguém que seguiu e não nos importa o que semeou; Consideramos mais fácil relembrar dos criminosos de qualquer que seja o ato cometido, e publicamos na mídia em calorosa receptividade as desgraças promovidas como se fossem somar ou contribuir para a dignidade humana.
O que nos resta? O que nos resta? O que nos resta?
                            SOLIDARIEDADE e PAZ

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