quarta-feira, 9 de março de 2016

Tráfico de Pessoas




Existe a necessidade de um profundo exame de consciência: de fato, quantas vezes toleramos que um ser humano seja considerado como um objeto, exposto para vender um produto ou para satisfazer desejos imorais?
O tráfico humano, também chamado de tráfico de pessoas, é uma das atividades ilegais que mais se expandiu no século XXI, pois, na busca por melhores condições de vida, muitas pessoas são ludibriadas por criminosos que oferecem empregos com alta remuneração. Esses “agentes” atuam em escala regional, nacional e internacional, privando a liberdade de indivíduos que sonham um futuro melhor.
A pessoa humana não se deveria vender e comprar como uma mercadoria. Quem a usa e explora, mesmo indiretamente, torna-se cúmplice desta prepotência.
O tráfico de pessoas consiste no ato de comercializar, escravizar, explorar, privar vidas, ou seja, é uma forma de violação dos direitos humanos. Normalmente, as vítimas são obrigadas a realizar trabalhos forçados sem qualquer tipo de remuneração – prostituição, serviços braçais, domésticos, em pequenas fábricas, entre outros –, além de algumas delas terem órgãos removidos e comercializados.
O tráfico de pessoas muitas vezes não aparece, porque “às vezes”, a vítima e a família têm “vergonha” de denunciar. O governo federal tem adotado medidas contra o tráfico, como o Plano Nacional de Combate ao Tráfico de Pessoas. É inaceitável o crime de tráfico de pessoas, não importa a modalidade do crime. É absurdo, de qualquer maneira, seja o tráfico de mulheres, crianças e em quaisquer outras dimensões. E merece um gesto de reação muito forte da sociedade
“Infelizmente”, o número de inquéritos policiais que tratam do crime ainda é “muito pequeno” em relação ao crime. As mulheres são o principal alvo, pois o retorno financeiro para os traficantes é maior, visto que a prostituição, atividade mais desenvolvida por pessoas do sexo feminino, é o destino de 79% das vítimas do tráfico humano.
O Brasil é palco de importantes eventos internacionais como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, em 2016. A realização destes eventos aumenta a oferta e a procura pelo turismo sexual. Denúncias de trabalho escravo e exploração sexual, sobretudo de menores, fazem parte das manchetes dos nossos jornais quase de forma cotidiana.
Atualmente no Brasil, o tráfico de pessoas é maior fonte de renda com tráfico, superando o tráfico de drogas e o tráfico de armas movimentando, aproximadamente, 32 bilhões de dólares por ano, segundo dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.
Mas não basta protestar e indignar-se.
É preciso exigir providências para que o tráfico humano desapareça dos horizontes nacionais: Que sejam cobradas ações efetivas dos Poderes Executivo e Legislativo. Que se exijam posições firmes e rigorosas do Ministério Público. Que o Poder Judiciário, devidamente provocado, não se cale, nem transija. Que a sociedade civil como um todo assuma sua grande parcela de responsabilidade.

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