sábado, 24 de maio de 2014

Consumismo e Ostentação




O consumismo é uma das características marcantes da sociedade. Sua principal função se volta para a própria essência do capitalismo, ou seja, a venda de produtos e serviços com vistas à apropriação do lucro. Ocorre que, se a ideologia do consumo se vincula a interesses mercadológicos, o seu grande sucesso, bem como suas conseqüências, transcendem questões de natureza meramente econômica. Nesse sentido, é preciso discutir alguns elementos que permeiam a lógica do consumo na sociedade capitalista e algumas de suas consequências.
É assaz comum associar o consumismo ao capitalismo, pois ambos quase que se confundem. Não obstante, antes do advento da sociedade capitalista tivemos alguns pressupostos do consumismo: a cultura do consumo. Um importante itinerário para se pensar o consumismo é através da cultura de massas, a qual penetra na intimidade das pessoas, fundamentalmente através da identificação e da projeção, onde inseridos em um universo repleto de valores e situações enaltecedoras e prazerosas, fazendo com que aquilo que se intenciona vender, venha carregado de uma gama de simbolismo, isto é, determinados produtos e serviços representam aquelas situações ideais, tanto do ponto de vista dos valores quanto do prazer.
O consumismo veiculado pela cultura de massas é poderoso não apenas pelo fato de concretizar o lucro capitalista, mas de contemplar outros elementos que habitam a dimensão valorativa e subjetiva das pessoas. Contribui para a manutenção das estruturas do sistema capitalista não apenas através do lucro, mas funciona como um mecanismo de aceitação das pessoas às conturbadas e difíceis condições sob as quais se vive.
Assim, a ideologia de consumismo diz muito da nossa sociedade, porém de forma subjacente: ela não fala apenas da riqueza presente nos produtos e serviços consumidos, mas expõe as várias faces da dimensão afetiva valorativa - seja do indivíduo, seja da sociedade – presentes no universo real e irreal do consumo. 

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