domingo, 2 de dezembro de 2012

Quem dera as palavras dissessem o que sinto.



Quem dera as palavras dissessem o que sinto,
 Falassem o que penso,
Ou expressassem que não minto.
Mas, as palavras espairecem ou fogem ao vento,
Esquecem-se do seu poder,
E perdem-se nos sentimentos.
Outrora – quem sabe – não foram meras, simples palavras.
Quiçá mudassem ou se fizessem entender.
Todavia, se deixaram conduzir pelo tempo,
Entraram no mundo do esquecimento,
E não conseguiram sobreviver.
Sim. Vi o tempo em que a palavra proferida,
Tal qual a pedra lançada
Tinha o valor e a valia,
E o poder da fiel espada.
Eram épocas em que o homem determinava ao seu destino,
A sua longa ou curta caminhada,
Através da palavra dada.
Parecem que muitos séculos se passaram,
Pois já me sinto fracassada diante desse viver;
É onde o ser desdiz ao que disse
Conduz-se pela mesmice,
Se vende pelo não dizer.
Ignora- se aos valores,
Perdem-se as rédeas nos amores,
Se desfizerem ate as dores
Não sabem o que é o sofrer.
Os homens convivem com o vazio,
Com falsas formas de conviver,
Formam ilhas tão perdidas,
Tão ricas em fantasias,
Tão frágeis no viver.
Olham-se e entrecruzam aos olhares,
Parecem engolir a humanidade,
Destacam-se pela própria podridão do seu ser.

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