Num instante, pensei:
Liberdade!
Esbocei, tracejei,
Risquei, apaguei,
Tentei outra vez.
Desenhei
Terminei?
Quem sabe criei.
Vamos juntos e levemos as
estrelas,
Ou quem sabe um punhado de
luas.
Carreguemos as canções,
No embalo da rede voltemos.
O rio nos separa do
silêncio
A quietude das sombras
paradas,
O calor das manhãs
esquecidas,
A beleza do orvalho nas
flores.
O canto das aves acalenta distâncias
E as serpentes dormitam na
verde esmeralda.
Quem sabe a praia banhada
por ouriços
Garanta os galhos em
troncos maciços.
Vamos juntos até a margem
oposta
Num anseio infinito das
horas felizes
Dessa louca vontade de
fugir do tumulto,
Da fornalha inventada,
maldita e cruel.
E a mentira embeleza a
ilusão,
A desumana vaidade do lado
de cá.
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