
Quem
dera as palavras dissessem o que sinto,
Falassem o que penso,
Ou
expressassem que não minto.
Mas,
as palavras espairecem ou fogem ao vento,
Esquecem-se
do seu poder,
E
perdem-se nos sentimentos.
Outrora
– quem sabe – não foram meras, simples palavras.
Quiçá
mudassem ou se fizessem entender.
Todavia,
se deixaram conduzir pelo tempo,
Entraram
no mundo do esquecimento,
E
não conseguiram sobreviver.
Sim.
Vi o tempo em que a palavra proferida,
Tal
qual a pedra lançada
Tinha
o valor e a valia,
E
o poder da fiel espada.
Eram
épocas em que o homem determinava ao seu destino,
A
sua longa ou curta caminhada,
Através
da palavra dada.
Parecem
que muitos séculos se passaram,
Pois
já me sinto fracassada diante desse viver;
É
onde o ser desdiz ao que disse
Conduz-se
pela mesmice,
Se
vende pelo não dizer.
Ignora-
se aos valores,
Perdem-se
as rédeas nos amores,
Se
desfizerem ate as dores
Não
sabem o que é o sofrer.
Os
homens convivem com o vazio,
Com
falsas formas de conviver,
Formam
ilhas tão perdidas,
Tão
ricas em fantasias,
Tão
frágeis no viver.
Olham-se
e entrecruzam aos olhares,
Parecem
engolir a humanidade,
Destacam-se
pela própria podridão do seu ser.