quinta-feira, 21 de agosto de 2014

MERDA!!!!!



Por que precisamos envelhecer? Por que precisamos lembrar do passado como se a distância fosse por demais longínqua? Por que precisamos compreender que os conhecidos não são os amigos a quem tanto admirávamos? Por que temos que descobrir que o universo é tão grande e estamos tão sós? Por quê!?
O tempo revela a cada um de nós uma inútil sabedoria, capaz de destruir sonhos e ilusões que traçamos como objetivos em nossa existência. Ficamos à mercê do destino e, por mais que busquemos desviar das armadilhas, elas sugam as nossas energias como se determinassem que somos pó e ao pó retornaremos.
Enquanto criança os nãos surgem e invadem a nossa mente com a rapidez que não sabemos conter; e a adolescência – período em que tão jovens e cheios de ânimo poderíamos desfrutar felizes do viver -  somos arrebatados para decidir o que sequer sabemos, como e para onde seguir. Assim, alguns são revelados e se revelam na incessante ideia de que a vida absorverá tudo o quanto desejar. Ledo, triste engano!
Vamos sendo engolidos e devorados brutalmente por nossos semelhantes, numa luta desesperada e disputada por algo que em nada nos conduzira a uma meta que possa traduzir em dignidade. Tentamos nos esconder na vaidade inescrupulosa, cada vez que oferecemos aos nossos olhos o que o espelho da alma não reflete; nos enfeitiçamos com o amanhecer, e o entardecer quer sepultar de maneira sórdida, tudo o quanto gostaríamos de esconder ou fugir.
E, meio a tantas dores e arrabaldes, somos captados por uma pseudo alegria, momentânea, doentia e frágil, onde as lágrimas dão lugar ao sorriso triste e melancólico, quase doentio.
É preciso ser forte, é necessário combater a solidão em meio a tantos seres ao nosso redor. É preciso sorrir, ou até gargalhar para que possamos abafar o grito e a dor. Nada nos resta a não ser acreditar no inimaginável, no desconhecido, no escuro temido e não desvendado, na morte como esperança de que ainda haverá um lugar onde possamos cantar e poder acreditar: o que ficou não retorna, o que vem talvez possa retornar, o que passou esvaiu-se, e, se deixou lembranças que sejam recordações que não mais devem retornar.

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