Estamos retornando a era das
cavernas, ao princípio dos tempos, a era em que os homens (considerados seres
racionais) e os bichos (provavelmente! Irracionais) buscavam as descobertas, a
socialização.
Salvador, uma das capitais do
Brasil considerada ápice do turismo, hoje se torna um celeiro de todos os tipos
de perversões: homicídios, sequestros, estupros, desrespeito de toda a natureza.
Até o carnaval que foi o foco da atenção mundial, hoje, é determinante entender
que os nascidos na capital buscam fugir para o mais longe possível; E, se
pensarmos nas micaretas, há de se entender que a violência é a grande atração
da festa. Quando digo violência não me refiro apenas à pancadaria, mas as
letras das músicas, as pessoas que frequentam as festas, e enfim a tudo o que
circunda.
Descobrir uma família onde possa
ser concebida a palavra respeito em nossa cidade é quase que merecedora de uma
condecoração, vez que essas se desgastaram ao passar dos tempos. Estamos enclausurados
em nossos apartamentos através de preços exorbitantes de condomínio, na
tentativa de nos protegermos e óbvio, aos nossos filhos, de uma vida digna,
onde brincar de pega-pega, esconde-esconde, pula corda etc., se tornaram obsoletas
e substuiídas garbosamente por espaços “gourmet” ou áreas para a recreação
infantil. Se fugirmos desse jogo caímos em espaços considerados perigosos de
sobrevivência. Todavia é bom lembrar que se os aniversários acontecem, e
principalmente se for debutante, melhor recorrer a espaços onde tenha um maior
número de seguranças para que o evento possa transcorrer numa pseudo seguro manifestação
de esplendor.
Enquanto isso, os jovens buscam
os limites, imploram para que lhes seja concedida a honra da educação. E
educação? Qual? Em casa? Na escola? É difícil entender que vivenciamos o caos?
Os colégios quando públicos tornaram-se alvo do desamor: docentes sendo
expostos como se marginais fossem, discentes vivem á mercê; Mas se recorremos
aos particulares, à situação também é catastrófica, vez que manter um filho –
vejamos, mencionei um filho, a mensalidade é avassaladora.
E a saúde na capital baiana?
VIXE!!!! Aí é melhor nem se pronunciar, pois os hospitais públicos estão
abandonados; postos de saúde não existe o que dizer porquanto somos testemunhas
de um palco de horrores. Sim, temos hospitais particulares. Entretanto, como
ter acesso se nem salário para comer o nosso povo tem?
Resta recorrer à segurança.
SOCORRRO!!!!! É tiro, muita bala perdida, muitos jazem em via pública, e até em
suas próprias casas.
Não há governantes nem
governados. É licito expor que outrora a Bahia de ACM – grande líder baiano –
era conhecida por suas praias de areias brancas (Ah! Dorival Caymmi), onde “sem
lenço, sem documentos, nada nos bolsos ou nas mãos” – o nosso Caetano observava
que Gil expandia-se em formosuras através dos seus poemas cantarolados. E se Raul
Seixas percebia a mosca em nossa sopa, teríamos muito que aprender.
Hoje nem governantes nem
governados, nem justiça a ser respeitada... Perdemos o foco de tudo. Tornamo-nos
reféns do medo, da vida e da morte; não temos e nem sabemos em quem confiar,
nós estamos à deriva. As nossas lágrimas secaram tal qual a seca que assola ao
nosso interior.
Quem sabe se essa nossa raça
sofrida pudesse exprimir em um gemido a sua dor, quem dera pudéssemos remoer as
nossas origens e voltássemos a engatinhar, quiçá relembrássemos de que a
evolução faz parte da nossa espécie, e não nos debatêssemos nessa lama imunda e
nojenta que entristece aos olhos dos que teimam em dizer: sou sim de Salvador.
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