Ficamos
postergado a vida
Em
busca de outra chance
Em
busca de novo viver.
E
eis que a vida perpassa
-
em um instante –
E,
quando tanto desejamos,
Não
temos mais o querer.
De repente senti que era
muito estranho. Tudo tão diferente. Apenas idosos refugiados em silêncio
estavam ali depositados; Mergulhavam em um enigma indecifrável.
O silêncio era presente
em uma cidade atormentada pelo barulho crucial da metrópole. E nada quebrava a
aquele momento; E os que por ali passavam, escondiam no semblante a intrigada
imagem.
O que se passava no
universo daquelas pessoas?
Não encontrei respostas
... Apenas questionamentos cada vez mais insistentes a clamar talvez por um
refúgio. Eram humanos com feições tristes, amarguradas, abatidas, sequer
transpareciam a ansiedade do querer. Apenas repetiam gestos e palavras automaticamente.
De repente uma figura
feminina surgiu bem lá, ao fundo daquele local. Parecia cumprir a um ritual
preparatório. Logo depois o som de acordes de um violão, e alguém gemeu a um
canto triste e melancólico, anunciando a chegada de outro homem, o qual
murmurava palavras repetitivas ... programadas. Não havia calor no que dizia. Por
alguns segundos ali permaneceu, e calou –se sem que sequer fosse notado.
O primeiro homem mais uma
vez pegou do violão e cantou porém de nada adiantou.
A mulher reaproximou –se,
começou a ler algo que fez com que os presentes ficassem de pé, até que foi
interrompida por uma voz rouca a falar sobre o perdão. Pediu que refletissem:
não há limites para o perdão!
Mais uma vez o primeiro
homem pegou o violão e cantou muito mais alto, até que emudeceu.
Enfim, a grande maioria se
pronunciou através do enfileiramento, de cabeça baixa, mórbidos ... pareciam
sofrer, todavia não mais haviam forças para lutar.
Eram feridas abertas na
alma que não cicatrizavam, eram dores que não sanavam.
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