Não estamos prontos para o retorno. Em verdade, tememos pelo
invisível, por tudo o que desconhecemos, por incertezas, por aquilo que foge ao
nosso controle.
Por instantes nos mostramos valentes, ambiciosos, sedutores,
gananciosos, orgulhosos ou amorosos...por reflexos – e não reflexão – invadimos
a privacidade alheia, e tentamos expurgar as nossas revoltas interiores com a
navalha afiada da nossa língua em detrimento do outro. E quantas vezes, sem que
nos apercebamos julgamos e pré julgamos aos nossos semelhantes!
Admitamos que a inveja e a soberbia ultrapassam as nossas
fronteiras tão egocêntricas, e descortinamos a um horizonte que sequer sabemos
se um dia estremos a nos aproximar. Falhamos e persistimos, cobramos e não
pagamos, revelamos o que nunca a nós foi revelado.
E, nessa pressa louca de se apresentar como verdadeiro
conhecedor de todas as coisas nos julgamos superiores, esquecemos o quanto
inútil e desprezível somos diante do universo contemplativo.
Quisera retornar ao passado e modificar tudo o que já está
escrito ... todavia o tempo é implacável, e não nos dá uma segunda chance.
Estamos à mercê das nossas escolhas e diretrizes, e por diversas situações
incorremos ao mesmo erro acreditando que o resultado poderia se transformar.
Assim, esperamos por novas e inesperadas ou não inclusões,
como se o destino fosse uma peça teatral que, ao apagar das luzes, a cena se
modificasse.
O espetáculo é o
mesmo, apenas não aceitamos por ingratidão a tudo o que já foi ensinado. Quem
sabe a dor, a angústia vão afagar a maior obra da criação: o homem... Quem sabe
o homem não vai machucar a dor de tal forma que ele mesmo não suportara as suas
atrocidades ... Quem sabe - um dia - o verdadeiro HOMEM se fara presença, e
seremos todos incapazes de contemplar a LUZ!
Nenhum comentário:
Postar um comentário