sábado, 28 de maio de 2011

Bestas Humanas

Horas vadias desse submundo
Imundo... Imundo.
Onde ando?
Esgoto profundo
Veia, canal
Que me leva ao mundo.

Voraz, mortais
Todos são animais
Toscos e canibais
Infiéis e nada mais.
Em busca do leva e traz
Sedentos e bestiais
Um dia querem a paz!


Podemos começar de novo?

                                                
Começar de novo é poder ter sido.

É a certeza de ter aprendido
É ter dado passos, ter tido forças
É ter sofrido e compreendido
É ter mirado o alvo e errado o tiro.

É ter sonhado alto e ter conseguido
É poder ter sido o mais errado.
É ter unido e consertado
É ser vencido, mas nunca enganado.

É sentir sangrando sem estar ferido
É sentir magoado sem estar machucado
É sentir doido e bastante corroído
É ter a vontade de vencer sem estar abandonado

terça-feira, 24 de maio de 2011

Morcego da Sublocação

                                                        
Em sol a pino
Lavrei a terra
Cavei o chão
Queimei a carne
Calejei a mão.
Amarelei o meu sangue
Mas nutri meu patrão.

Nos sulcos de uma gleba
Plantei sementes
Escondi meus sonhos
E passou o verão.
E vieram as águas
Colheram os frutos
Eu fiquei na mão.

Não tive opção,
“chupei” o dedo
Abençoa, mãe!
Enxuguei as lágrimas
Cai no mundo
Caminhei em vão.

Se aqui cheguei
Andei e caminhei
Mostrei meus calos
Feri meus dedos
Deram-me emprego
Virei “morcego”
Da sublocação.

Estrela Guia

                                                           
Meu pensamento voa
Por esse universo.
Penso em você tão longe
Procuro as respostas,
Mas não consigo encontrar.
Eu sou a sua estrela
O seu brilho, o seu anil
E tudo é mistério.
Mas estou aqui
Em cada versar o acordar
Em cada viver o recordar
Em cada manhã irei te amar.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

VOCÊ TEM MEDO DE QUE?

                                                     
Ninguém sabe quantos vivem
Ou quantos foram enterrados.
Na memória da pátria existe
Os irmãos que foram separados.

Há quem ainda sonhe
Em ver seu irmão voltar
A máquina tudo controla
O pensamento não vai controlar.

E nós, vivemos o lado claro
Sofrendo e sabendo o quanto é duro.
Em todos os dias – sem exceção
Ver o sol se por atrás dos muros.

E no lado sinistro do muro
Almeja-se a liberdade.
Você tem medo de que?
Lutar pela verdade?

                                                                         
                                                   Nasce em meu ser a liberdade
Em passos livres e desejos
Ardentes e prazerosos
Únicos em meu viver.

Pensamentos...
Espaços...
Desejos amiudados.
Translúcida libertação.

Desconheço a força
Oh! Alma latina
- Mas sei que existe
Viver  sofrida desilusão.

Artérias, veias sangrentas
Possuídas de amor e paixão
Deixem que o tempo sustente
O peso da minha emoção.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

E o tempo passou.


Não vi que o tempo passou
E hoje nem me dei conta.
Não vi o relógio seguir
E hoje me sinto tão só.
Não vi o sol brilhar
E hoje é só ilusão.
Passaram anos e meses e dias
Agora ávida mudou.
Fiquei espantada, desanimada
Porque soube que o mundo acabou.
Se as lágrimas invadem aos olhos
O sinal é a dor que aumentou
Ou encaro e me esbugalho
Ou me engano com aquilo que restou.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

HOMENS e CUPINS: Que Forte Coincidência. Coincidência?

                                                        
Cupins: quem são eles? Serão os humanos?
Os homens são criaturas ditas sociáveis, e que muitas vezes buscam cavernas para procurarem o seu esconderijo, e nelas constituem a chamada organização, onde tem como objetivo principal a preservação dos seus ideais. E os cupins? Esses são insetos sociais, de hábitos subterrâneos e vivem em colônias altamente organizadas, onde o princípio básico é a sobrevivência da colônia e não do indivíduo.
Quanto a forma de alimentação preferida, veremos que, é a matéria orgânica morta ou em decomposição, mas alimentam-se também de “vegetais” vivos.
Os cupins são considerados insetos eussociais, pois vivem em colônias formadas por indivíduos especializados, os quais estão organizados em castas, de modo que cada uma delas assuma funções específicas, como reprodução, defesa da moradia, aquisição dos alimentos, dentre outras. E assim, muitas vezes age o homem. Cada casta possui indivíduos com uma morfologia específica, de acordo com a função desempenhada na sua sociedade.
Sim, não há uma interdependência entre as castas, de modo que todas são fundamentais para a sobrevivência.
Outro importante hábito observado entre os cupins e os seres humanos é o “grooming”, que consiste no fato de que constantemente lambem-se uns aos outros. E tal qual, o procedimento é fundamental na eliminação de microorganismos que causam doenças nos seus semelhantes.
De um modo geral, os cupins são conhecidos como terríveis pragas urbanas e rurais, entretanto, eles e a nossa espécie apresentam limitações, uma vez que apenas poucos podem ser classificados dessa forma. 
O retorno ao local de onde partiram os cupins e os homens  está relacionado com fatores como calor e alta umidade do ar. Por isso, é comum haver maior interesse durante a primavera e o verão, e ocorrem geralmente no final da tarde e à noite, quando os pares se formam.
Eles e nós somos um paradoxo. Somos fortes o bastante para destruir ou construir, temos corpos esculturais, delicados e com tendência a desidratar (em vida ou por completo, na morte).
Se os cupins e homens tornam-se adultos, desenvolvem “asas” para que possam sair do aconchego e encontrem um novo lar, ajudando a aumentar a população. E voam muito mal, tão mal, que maioria não consegue sobreviver à jornada.
Mesmo assim, ambos são sobreviventes. E é preciso entender como eles e nós agimos.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O Que Nos Resta?

                                 

Trabalhar na área de educação em sala de aula no século XXI, e fazer parte do século passado, no mínimo é hilário em meio a um aprendizado sem limites.
Sim, a primeira pergunta que me faço constantemente é: Por onde estão os pais? O que sabem realmente dos seus filhos?Jamais direi que a unanimidade se esconde em caixas de presentes, onde eletrônicos de última geração, capazes de transmitir em alta velocidade dados que, em pesquisa através dos velhos livros demorariam meses, e hoje abraçam ao egoísmo consciente do ter e não ser.
Em verdade, as conquistas para que as crianças e adolescentes preencham o “tempo” em cursos de natação, balé, capoeira e tantos outros, parecem demonstrar que o desejo é de ocupação, para que possa de alguma forma apresentar como uma pseudo justificativa ao seu próprio ego, de que os filhos estão sendo assessorado por tudo o que eles desejam. Mas, eles desejam? Quem deseja?
Qual a vivência das crianças e jovens com um dia de chuva, a corrida atrás da formiga, a galinha que fugiu, o balanço feito de cordas, o pula-pula, a cantiga de rodas, o joelho marcado após uma queda, a visível marca após o jogo de futebol, e tantas outras traquinagens que faziam da infância o berço da vida?
Afirmar que éramos felizes e não sabíamos é uma licença poética sem sentido, e até retroativa diante de tantos avanços que a humanidade fez e faz. Crescemos nas mesmas proporções que espiritualmente não evoluímos; Apenas nos escondemos na máscara ilusória de que tudo vai bem, Ora! E vai muito mal, tão mal que preferimos ignorar o que esbofeteia aos nossos sentidos.
Observo trabalhando com jovens na faixa etária acima de 14, 15 anos e, com jovens adultos, que clamam por afeto, aconchego, que esperam palavras e imagens inocentes dos adultos, os quais se engasgam na hipocrisia das ações, das falcatruas, da insensibilidade e até por que não dizer, por tentarem disputar um espaço que o tempo lhes absorveu diante da inoperância que se apresentaram ao mundo.
E mais uma vez me pergunto: Quem somos? O que somos? Qual o legado que pretendemos passar para a nossa espécie?
Será tão difícil o jogo do espelho?
O que reflete na atualidade é a imagem caricaturada e distorcida de pessoas sedentas de consumismo ou quem sabe da tal globalização. O que poderíamos esperar como bom resultado se até o exemplo na chegada a porta da escola onde os pais paralisam o tráfego, ou jogam o seu veículo em cima de outras pessoas, para que o filho se sinta em evidência naquele instante? Ou o que dizer dos pais que aos palavrões mandam que os filhos corram para não lhes atrasar em seus compromissos, sem sequer se perguntarem se o menor esta bem ou uma troca de afetividade?
Sim, esse é o planeta em que vivemos. Não esta se aproximando o fim do mundo, até porque a espécie humana já vivencia a degradação moral e espiritual.
Encaramos a morte não como sofrimento ou desapego aos nossos entes, mas, tão somente, como alguém que seguiu e não nos importa o que semeou; Consideramos mais fácil relembrar dos criminosos de qualquer que seja o ato cometido, e publicamos na mídia em calorosa receptividade as desgraças promovidas como se fossem somar ou contribuir para a dignidade humana.
O que nos resta? O que nos resta? O que nos resta?
                            SOLIDARIEDADE e PAZ

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Coro de Pétalas


Um coro de pétalas ardentes
Canta o perfume do amor
Que paira no ar nesse instante
Tal qual a mais bela flor.
E como um cravo sorridente 
Se oferece sedutor,
Para a degustação do doce pólen
Inebriante de amor.
Nele, os nossos corpos se encontram
Inalam a incandescência do desejo
E arrebatados de júbilo,
Mergulham na essência do beijo.
A volúpia da seda dos lençóis 
Acaricia-nos a pele impetuosa
E o espelho extasiado
Celebra tão longa espera.

sábado, 7 de maio de 2011

DIA DAS MÃES

Em cada dia da minha vida
Mais uma luz se descortina
E me lembro ainda menina
 O prazer de com bonecas brincar.
O tempo passou sorrateiro
Apareceram bonecos faceiros
E uma boneca me deu a presentear.
Cuidei, cresceu, um mimo.
E logo um lindo menino, chegou a abrilhantar.
Porém, Deus faceiro e sorrindo
Em um ramalhete muito lindo
Enviou Louisy para complementar.
Achei que o jardim se completava...
As flores agora desabrochavam
Em sementes a me acariciar.
Hoje duas riquezas me oferece
E para sempre a minha espécie
Haverá de perpetuar.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Todos vão fingindo ser decentes



Refletindo sobre a moralidade que reina nas sociedades e suas constantes alterações com o tempo, só consigo chegar a uma única conclusão: a sociedade esconde as suas hipocrisias atrás da máscara da moralidade.
Quando voltamos em qualquer parte do tempo passado e construímos uma ponte comparativa com os dias atuais, notamos como os conceitos morais foram alterados, como as pessoas passaram a aceitar moralmente o que antes era tido como imoral. Alguns justificariam tais mudanças dizendo ser isto conseqüência da evolução humana, outros poderiam dizer que faz parte do amadurecimento da sociedade quebrar determinadas regras, e sempre haveria uma “desculpa” para justificar a tais alterações.
Mas será que eu encontraria alguém que dissesse: “Isto é apenas uma nova maquiagem na velha máscara que cada um de nós carrega.”?
 Poderia aqui selecionar centenas, milhares de fatos que aconteceram no mundo e que, com o tempo, sofreram alterações no padrão do conceito moral de alguma forma. Mas não precisaria fazer tal coisa, uma vez que basta identificar um, percebendo-se, assim, a mesmice da essência em todos os outros.
 Você já ouviu falar de uma época em que a palavra de um homem valia mais do que qualquer documento assinado?
 Desonestidade era imoral. Mas, como os tempos mudaram! Perceba o maldito “jeitinho brasileiro” e contemple as várias ações da nossa política nacional. Hoje não há tanta aversão a desonestidade.
O conformismo naturalista se instaurou e a grande maioria das pessoas passaram a assistir a isto como algo normal e não como algo ofensivo, abusivo, ilegal, prejudicial... Por fim... Imoral.
Poderia aqui dizer dos conceitos morais de certos pais dados aos seus filhos quanto a drogas, cigarros, bebidas e tantas outras coisas, mas que são realizados moralmente por eles mesmos numa educação ditatorial do tipo faça o que falo, mas não o que faço.
Enquanto as pessoas carregarem a moral como regra de conduta de vida, as sociedades permanecerão sendo hipócritas e as pessoas continuarão enganando a si próprias. A conscientização sempre foi o melhor caminho. Valores que se estabelecem na vida e para a vida como lucidez de mente, onde sou sempre quem sou independente do lugar onde estou, onde não preciso esconder o que fui porque simplesmente “já fui”. Onde não é a moda ou algum programa idiota da TV que me passa informações sobre como devo vestir ou como me comportar.
“A ignorância é vizinha da maldade”, já dizia um provérbio árabe, e assim a coletivização de mente é mais fácil de ser controlada.
A inércia mental produz zumbis culturais e seres hipócritas que se escondem atrás da máscara da moralidade, que de tempos em tempos, arrumam a maquiagem com o simples propósito de mostrarem a face asquerosa de perversidades, de egoísmos, de vaidades, de presunções... Com uma aparência mais bela, e com um poder de persuasão maior.
Sempre temos mais de uma opção para escolher, todavia infelizmente a grande maioria escolhe a mais cômoda e não a mais conscientemente correta.
Enquanto muitos adotarem a regra de não ser quem realmente é, a moral permanecerá sendo o caminho a ser seguido, o deus a ser adorado... E, de quando em quando, um demônio imoral será canonizado em santo moral e muito vão viver achando ser normal a normalidade moral da hipocrisia mental de cada um de nós.
E assim, como diria Renato Russo, “todos vão fingindo viver decentes”.

Zerei o cronômetro, mas guardei na memória as experiências.

E Zerei ao meu cronômetro, e pensei: vou reiniciar a minha vida ao desembarcar num inverno rigoroso. Sou bicho do sol da praia, do sorr...