domingo, 29 de agosto de 2010

A morte anunciada e festejada em 29 de agosto de 2010.



Faço parte da geração que ia a Fonte Nova – na verdade Estádio Otávio Mangabeira – para assistir aos jogos dos campeonatos e torcer pelo Bahia, uma estrela de primeira grandeza.
Ali, fiz parte das olimpíadas escolares, tocando na banda do Colégio Estadual Severino Vieira, onde tive a honra de concluir ao ensino médio, até porque em minha época, quem se “respeitava,” estudava em colégio estadual.
O grande jogo da Fonte Nova era o clássico BA x VI com mais de 300 edições neste estádio, regularmente levando grandes públicos e onde o Bahia construiu a sua vantagem histórica na estatística deste grande clássico do futebol brasileiro.
O estádio foi inaugurado em 28 de janeiro de 1951 e, o tempo passou mas o devido respeito pelo estádio foi ficando de lado, até que na tarde do dia 25 de novembro, parte da arquibancada do anel superior do estádio cedeu, matando sete pessoas na hora, durante o jogo válido pelo Campeonato Brasileiro de Futebol Série C de 2007Bahia x Vila Nova. Esta foi a segunda maior tragédia futebolística brasileira que se tem registro. 
E hoje, 29 de agosto de 2010 foi o golpe mortal. 
Após quase sessenta anos de história, a Fonte Nova, maior palco esportivo do nordeste viveu e agonizou durante os últimos momentos. As pessoas se aglomeravam e olhavam fixamente, como se não quisessem acreditar que, em fração de segundos, tudo se tornaria poeira e escombros.
Eram quase 10h30min quando faíscas de fogo cortaram abruptamente, e numa dor lancinante, mais parecendo um jogo de dominó, tudo ruiu.
E se fez silêncio. Apenas a observação de olhares atestando uma passagem da história que, certamente levará saudades, num misto de amor e dor.
                                                     

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A REALIDADE DAS BARACAS DE PRAIA EM SALVADOR




Esse é o retrato fiel dos políticos que elegemos, da justiça que convivemos, e do governo que merecemos. Em um momento tão crítico que o nosso povo vivencia, quando o desemprego e a criminalidade se aliaram gratuitamente, os “homens do poder” simplesmente resolveram vedar aos olhos e apontar sem direção para que não seja feito o diagnóstico dos verdadeiros irresponsáveis por tamanha desgraça.
Em tempos de eleição e de tanta criminalidade - drogas, fome e todo tipo de miséria, vislumbramos diante da sociedade baiana, o nosso povo exposto como se não tivessem voz. Enquanto estamos sendo vítimas e reféns de todo tipo de bandido, e a polícia armada se resguarda ou também é atacada, e o que observamos é que eles (policiais) também se defrontam com outro tipo de criminoso: o trabalhador. Sim, são pessoas inclusive qualificadas profissionalmente, com curso superior completo que buscaram o seu sustento nas praias de Salvador.
E ergueram as suas barracas, e pagaram taxas a Prefeitura, e se estabeleceram das mais variadas formas possíveis. Alguns, aos poucos, transformaram a barraca em um local aprazível e até, arriscaram as suas vidas, fazendo dali a sua moradia.
O que nunca se observou em nossas praias foi o policiamento. Nós, banhistas, ficamos á mercê dos vagabundos e dos famosos “arrastões”; eles, barraqueiros, procuravam de alguma forma nos alertar quando o perigo estava iminente, porém sofreram por parte dos meliantes toda a sorte de infortúnio: barracas queimadas, roubadas e jamais encontraram o respaldo da lei que é a segurança.
No verão, Salvador doura-se e vangloria-se por receber aos turistas do mundo todo, mas a situação sempre foi à mesma. Não é certa a ocupação da areia, porém mais triste e incerto e vergonhoso é assistirmos aos que dali sobrevivia serem expulsos e humilhados, sendo lançados a todo o tipo de infortúnio. É verdade que os nossos olhos enxergavam na orla de Salvador era simplesmente degradante, mas o que é essa cidade se não um balaio desordenado?
 O que poderá resultar a pais e filhos que anoiteceram e amanheceram vendo a sua luta diária sendo esmagada por máquinas humanas?
Não é permitido dizer que em regra não há exceção, porém é real afirmar as exceções nas regras.
Pois é, mas será que tais problemas serão solucionados sem que se pense com antecedência a que rumo dá a vida desse povo desgraçado pelos infortúnios de uma sociedade desigual?

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

LOUCOS AMANTES



A AGONIA DO DESEJO
A PAIXÃO QUE DESESPERA
A ESPERA E O PESADELO
O AMANTE LOUCO POR ELA.
ELA NÃO ENTENDE PORQUE NÃO CONSEGUE
 E SE CONSEGUE TENTA FUGIR
LEVANTA SE ETERNA LOUCURA. 
E ESTRANHA FLOR EM UM JARDIM.
 EM UM ABAJUR VERMELHO ESMAECIDO
 A SUA PRÓPRIA IMAGEM VÊ.
EM UM VELHO ESPELHO ESPATIFADO
DEITA SEU CORPO A SOFRER.
SÃO ESTRANHOS E VELHOS LENÇOIS
MACIO, SEU OLHAR LHE SEDUZ
PORQUE LEVA A OUTROS LUGARES
TÃO DIFERENTES
DOS QUE CONDUZ.
E OLHA FASCINADA SOMBRAS DISTORCIDAS
NAS PAREDES VELHAS DO QUARTO
ESCUTA O TUMULTO DO MAR
COMO SE ESCUTASSE AO SEU CORAÇÃO.
O BARULHO DA MAÇANETA NA PORTA
FAZ SALTAR OS PENSAMENTOS
E ELE CHEGA TÃO RUDE, E ROMÂNTICO
RASGANDO AS VESTES SEM PUDOR.
ESMAGA, MORDE, SUFOCA
DESFAZ-SE DAS ROUPAS QUE TEM....
ATIRA SE AOS BRAÇOS DELE
NADA IMPORTA NEM NINGUÉM.

O teu olhar



A primeira carícia
é um olhar timido
sem perícia,
envergonhado, tímido...
A seguinte é um beijo na face,
meio obscuro e impreciso
mas sob um impasse...
Jantamos, e o jantar é leve,
a conversa serena
de quem escreve.
A sobremesa, tem sabor de maracujá
que propositalmente faz
a minha boca delirar!
Entrego-me ao saborear
como se fosse
a colher do teu olhar.
E como uma ave
cheio de graça
timidamente vou alçar voo
para te provocar.

domingo, 22 de agosto de 2010

Te Amar



Louca como sou
Perambulo em teu olhar
Rodopio neste teu brilho
Me recrio em teu Amar.

Te Amar eu sei que posso
Disto fiz o meu refrão
Vamos juntos passo a passo
E asim nasce essa canção!

Canção de vida sofrida
Pequenina na vastidão
Em braços de muitos amores
Mas nada mata a nossa Paixão.
O que importa, Amor te digo:
Caminhamos juntos numa direção.

Fonte sou de teus desejos
Senhora de tua Vida e dos teus Beijos
Infinita em meu tesão. 

sábado, 21 de agosto de 2010

Ofertório



Eu queria colocar-em em oferenda
Arrancar em mim
Um momento feliz
Em seguida lhe sequestrar
No seu instante mais triste.
Eu queria em minha morte
Ver você sem luto
Cantando canções de despedida.
Eu queria fazer moradia
Em seu pensamento
Ser parte do dia a dia.
Eu queria viver
A espera da consciência
Em seu sono.
.......................................
Eu queria saber a hora de despertar.
Eu queria morar na menina dos seus olhos
E ver as coisas que você vê
Sentir o mundo mais bonito
Existindo dentro de você.
Eu queria nascer em sua tristeza
Queria morrer em sua alegria
Dar de mim o que sou
Perpetuando-me em seu sorriso.
Eu queria navegar em suas veias
Sentir a maré da sua pulsação
De repente entrar no vácuo
E viver essa emoção.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Será que estamos dedicando tempo suficente aos nossos filhos?


                                                 

Um menino, com voz tímida e os olhos de admiração, pergunta ao pai, quando este retorna do trabalho:
--- Papai, quanto o senhor ganha por hora?
O pai, num gesto severo, responde:
--- Escuta aqui meu filho, isto nem a sua mãe sabe! Não amole, estou cansado.
Mas o filho insiste:
--- Mas papai, por favor, diga, quanto o senhor ganha por hora?
A reação do pai foi menos severa e respondeu:
--- Três reais por hora.
--- Então, papai, o senhor poderia me emprestar um real?
O pai, cheio de ira e tratando o filho com brutalidade, respondeu:
--- Então era essa a razão de querer saber quanto eu ganho? Vá dormir e não amole mais, menino aproveitador.
Já era noite, quando o pai começou a pensar no que havia acontecido e sentiu-se culpado. Talvez quem sabe, o filho precisasse comprar algo.
Querendo descarregar sua consciência doída, foi até o quanto do menino e, em voz baixa, perguntou:
--- Filho, está dormindo?
--- Não, pai! (respondeu sonolento o garoto).
--- Olha, aqui está o dinheiro que me pediu. Um real.
--- Muito obrigado, pai, (disse o filho, levantando-se e retirando mais dois reais de uma caixinha que estava sob a cama).
Agora já completei, papai. Tenho três reais. Poderia me vender uma hora do seu tempo?

Dentro de mim

Dentro de mim,
Sua alma, sua calma,
Uma flor,
No jardim um botão. 
Se me tocas sou poesia,
Mulher com sede de alegria......
Melodia do prazer...
Sou a mais pura emoção.

Anjos ou Demônios?

                    
Quando me tocas, portas se abrem...
Tudo se transporta,
Anjos, e demônios
Ou uma louca mulher.
Diante do mundo, dos palcos da vida.
Mãos a caminho do que faz o vies.
O que se dá é o que se come,
É fome da alma, e fonte do corpo...
Na pele em memória,
A sintonia e o prazer,
Eu sentindo, eu sentido... 
De olhos fechados, sentido.
E vendo, perco o sentido
Em êxtase, talvez paixão,
Tudo pela entrega do meu coração.

Tal qual uma Escultura.


                                                               
Teu corpo é assim como uma escultura
Entalhada em meu desejo incontido
     Te protejo frente aos meus sentidos
Na insensatez dos meus ouvidos estruturar.
E por entre beijos percorro todo o teu corpo
Tal qual  serpente diante da presa
Ao imaginar o prazer de lhe atacar.
Me arrasto em atrito,
Esqueço dos mitos
Imagino a minha boca diante  dos gritos
Emaranho os meus cabelos em teus sentidos
Te faço macho amado, louco, envaidecido
Tua meta meu papel ensandecido
Dessa arrogância tola de te amar.

Loucas Tentações

O desejo toma conta de mim
Quando toco meus lábios nos seus
Lábios molhados, cheios de ternura
Refletem o prazer e o bem querer.
Sugo deles todo o seu amor
Desvendo as suas carícias
Lábios peregrinos, ternos
Desvendam mistérios de uma vida.

Fazes refúgio em meu escutar
Deixas em mim apenas um beijo
Prendes com o olhar num ar de sedução
Essa vontade do desejo.

E nossas bocas se encontram
Nossos sonhos se entregam
Nessas loucas tentações por meu corpo
Tentam arrancar da minha alma
Palavras de carinhos
E esquecer o desgosto.

Estremeço, saciando a sua sede
Sua alma grita.
E não posso me entregar.

Máscara da dor



Quero provar do fruto proibido
A maçã perdição do paraíso
Quero o teu corpo tão impreciso.
O fogo, a chama da libido.
Você tem tudo o que preciso
Mas não ostenta,
Deixa escondido.
Beije-me, atende ao meu pedido.
Ama com ternura, sem vacilo.
Aperta-me, não seja tão indeciso.
Deixa-me louca perder aos sentidos.
Quero exaustar perder o tino
Pega! e leva-me ao delírio.
Faz do meu corpo o teu abrigo
Tira a máscara da dor que traz consigo.

Incerteza




Onde esta você
que eu procuro tanto
se encontrei, não reencontrei
deixa-me só e tão distante
em busca da tua voz
incerta da vida que existe
mergulhada na tristeza
sem o brilho do olhar
querendo ir ao encontro
de algo que nem sei decifrar.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Barco a deriva.


Como uma luva
Em minhas mãos
Encontro as nossas almas
Nuas escorreram pelo leito
Do rio do nosso desejo.
Sedentos de amor
Desaguando em corpos suados
Pelo prazer, sendo banhados.
No agora somos um só barco
Em meio às velas a navegar
Infinito oceano de êxtase
À deriva vamos procurar
Ensandecidos a nos amar.

A dor que mora em meu peito

Sofro e não quero sofrer 
Sofro o que preciso sofrer. 
Sofrer não é tão ruim, 
Sofrer não me faz bem. 
Sofro porque eu preciso 
Sofro o que eu preciso 
Sofro a dor que mora em meu peito
Sofro o que consigo lembrar. 
Sofrer é a única coisa que possuo 
Sofrer e não fazer questão do ter.
 É um túnel negro e absurdamente escuro, 
É como uma luz pálida e tão longe 
E não sei se terei forças para alcançar. 
Ah ! Como eu gostaria de voltar a acreditar ! 
Crer que o amor não é só mais uma palavra, 
Crer na força que vem de dentro, 
No que salta aos olhos e ilumina o caminho, 
Brota na pele como gotas de orvalho. 
Escorre em sonhos em meu viver. 
Creio agora na firmeza do chão, 
Creio na frieza da noite, 
Creio na minha solidão.

Em lençóis de seda


Anda. Vem comigo.
Segue o vento dos meus cabelos.
Observa o suor dos meus seios.
Deita-me 
(em lençóis de seda).
Beija-me a pele 
Acaricia minha alma.
Entra em mim 
Desnuda o meu corpo
Solta o animal que escondes
Diga frases de amor tímido 
Sussurre, em palavras bem cuidadas.
E agora vai.
Deixe-me ficar só
Percebendo o prazer de ser mulher

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Tantas Mulheres



Tenho em mim uma mulher guerreira
Que impõe a espada da luta     
Sai à guerra... Com a cara pintada
Em cores da razão.
Leva no peito a armadura da persistência
O elmo da coragem:
E o capacete de solidão.
Tenho em mim a mulher em vivas!!!
De todas as vidas. Até as mortas...
- Por falta de lidas.
Por que faltou vida na dita mulher-da-vida
Por vidas que não viveram... Só morreram
No silencio dos porquês.
Tenho em mim a mulher apaixonada
Que não relaxa... Que não dorme...
Que sonha, pensa e rir... Dela mesma...
Pela flor que não recebeu
O beijo que não deu,
A carícia que se deteve
A monotonia das relações que não vingam
E que não tiveram nem o tamanho dos seus sonhos,
Nem o gozo dos seus corpos.
Tenho em mim a mulher Mãe
Que amamenta aos filhos
Filhos da sua solidão...
Goteja o leito do abandono porque passou
Como a juventude que fez as malas
E partiu para a terra do nunca
E se repatriou no país do ontem
E não mais canta canções de ninar...
E não mais embala
Aos filhos da sua luz.
Tenho em mim tantas mulheres...
Todas as mulheres
Do mundo
Da vida
Da solidão
Da luta
Do silencio
Do gozo
Da ilusão.
Todas duras...
Todas puras...
Todas nuas...
Todas.
Até a que não nasceu.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Em minha idade, sou a loba



Idade danada
Cheia de encantos       
Às vezes insana
 Nada tem a perder
E então se deixa envolver
Envolvendo libera os desejos
Libera seu cheiro
Cheiro de fêmea
Antes contidos
Que hoje o vento os espalha
Embriagando, embriagado
E em seu cheiro exala
A loba danada
Da pele sensível
Paladar aguçado, olfato afiado
Com o corpo suado, e molhado
Atrai sua presa e lhe prende entre si.
Um suave uivado
Um toque de leve
Logo se faz entender.
Idade bonita
Por muitas passou
No auge do vigor
Hoje a loba madura,
Aprendeu a viver
Segura de si, desperta atenção
Desperta tesão.



Zerei o cronômetro, mas guardei na memória as experiências.

E Zerei ao meu cronômetro, e pensei: vou reiniciar a minha vida ao desembarcar num inverno rigoroso. Sou bicho do sol da praia, do sorr...